Cooperativa Bem me quer proporciona renda extra a mulheres vítimas de câncer
Da Redação
A Cooperativa Bem Me Quer, integrada por quase 100 mulheres que participam da Organização não Governamental (ONG), Ensina-me a Viver, em Cianorte, encerra seu primeiro mês de vendas com resultados positivos.
As mulheres que já passaram ou passam por tratamento de câncer usam os dons culinários para gerar uma renda extra para a família. O projeto surgiu há quatro anos, e precisou de um tempo e ajuda de empresários para sair do papel. Após receberem doações de forno industrial, liquidificador e utensílios de cozinha, a primeira demanda de encomendas foi realizada este mês, 50 bolos de maça sem glúten, que é uma receita especial feita por uma das integrantes da cooperativa.
Roseli Claudia Ferraz de Melo Freitas, de 48 anos, em 2018 recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Roseli precisou passar procedimento de mastequitomia total perdendo parte da musculatura do braço. “Na época eu fazia faxina e meu marido estava desempregado. Eu não podia mais trabalhar e não consegui auxílio pelo governo. Um dia eu levei o bolo para Ong, e todos gostaram da receita. Esta primeira venda me rendeu 50 encomendas e um retorno de mais R$ 500 em dois dias de trabalho. Acredito quem vem muito mais por aí”, contou Roseli.
A cooperativa está em fase inicial e de testes. A produção e venda é realizada uma vez por mês, Cada remessa é de um produto e ingrediente diferente. O objetivo é a independência financeira de todas as mulheres. O lucro é divido entre elas e a integrante responsável pela receita recebe uma parte maior dos lucros.
Para Iraci de Sarges, poder ver o sonho sair do papel é a certeza de que a cooperativa ainda tem muito para expandir. “Nós observamos que muitas mulheres não conseguiram voltar ao mercado de trabalho por conta das limitações após o tratamento. A cooperativa é uma forma de ajuda-las a aumentar a renda e a autoestima. Estamos estudando formas de fazer o projeto dar ainda mais certo e poder expandir para outros dias as produções e quem sabe ter em breve uma loja física com as especiarias de cada uma”, destacou Iraci
Todos os clientes que compraram os bolos receberam em casa o produto, juntamente com uma carta em agradecimento e explicando a história da Cooperativa e da Roseli.
A próxima produção será de pudim de leite ninho, e a Ong será responsável pela venda e divulgação dos produtos. “Cada mulher que tem uma receita e uma aptidão na cozinha terá a oportunidade de produzir para venda. Tudo é ainda muito artesanal. As mulheres não comercializam essas receitas, então estamos dando todo apoio para garantir que saia com ótima qualidade”, finalizou Iraci.