Com entregas em alta, motoboys ficam ainda mais expostos durante a pandemia
Por Bem Paraná
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, as mortes no trânsito de Curitiba estão em alta. E em 2021, os motociclistas aparecem como os mais expostos a risco. Prova disso é que eles estão envolvidos em mais da metade das ocorrências na capital paranaense, além do número de óbitos entre a categoria ter registrado um aumento de 160% no primeiro quadrimestre deste ano. Números que assustam e, em alguma medida, pelo menos, refletem o aumento na circulação de motocicletas para a realização de entregas durante o período de isolamento social.
Conforme dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), até abril deste ano foram registrados 1.426 acidentes de trânsito em Curitiba, sendo que 745 (52,24% do total) envolveram motociclistas. Para piorar, nos quatro primeiros meses deste ano foram 13 mortes e 629 pessoas feridas nessas ocorrências, ao passo que no mesmo período de 2020 haviam sido registrados cinco falecimentos em acidentes envolvendo motocicletas, motonetas e ciclomotores, o que aponta para um aumento de 160% entre o começo de um e de outro ano.
Um dos motivos para esses números, apontam especialistas, pode estar na maior circulação de motociclistas, uma vez que houve um aquecimento no mercado de entregas por conta da necessidade de isolamento social em meio à crise sanitária.
Outro fator importante, contudo, é também a imprudência – e isso não diz respeito apenas aos motociclistas. Ao longo de 2020, por exemplo, Curitiba registrou 181 mortes no trânsito, com o falecimento de 69 motociclistas (38,1% de todas as mortes). No ano antes da pandemia, em 2019, haviam sido 169 mortes. Ou seja, mesmo com menos veículos em geral na rua, houve um aumento de 7% nos falecimentos
“Mesmo com menos veículos nas ruas em decorrência da pandemia de Covid-19, 2020 infelizmente registrou aumento no total de acidentes fatais e a imprudência pode ter sido um fator decisivo para este resultado”, aponta a superintendente de Trânsito, Rosangela Battistella, apontando ainda que o aumento nas fatalidades é mais um motivo para a redução no limite de velocidade permitido em diversas ruas da cidade.
Doações de sangue são ainda mais necessárias nesse momento
Com o aumento nos atendimentos a acidentes, a necessidade de bons estoques de sangue também cresce. O gerente médico do Hospital Universitário Cajuru, José Augusto Ribas Fortes, destaca que a cada doação de sangue, uma pessoa contribui com cerca de 450 ml, o que pode auxiliar até quatro pacientes. Além disso, ele ressalta que mesmo em tempos de pandemia a doação é um ato seguro, uma vez que todos os materiais utilizados são descartáveis e os profissionais são preparados para receber os doadores com muito cuidado, dentro dos protocolos do combate ao coronavírus.
No Paraná, inclusive, é preciso agendar horário para realizar a doação, com mais informações disponíveis no site da Secretaria da Saúde do Paraná (www.saude.pr.gov.br). O doador também deve ter entre 16 e 69 anos, é necessário pesar no mínimo 51 quilos, estar bem alimentado, evitando alimentos gordurosos, ter dormido seis horas nas últimas 24 horas e apresentar documento oficial com foto. A frequência máxima por ano é de quatro doações de sangue para o homem e de três para as mulheres. Por fim, pessoas que contraíram a forma leve da Covid-19 podem doar após 30 dias de cura completa, enquanto os pacientes que tiveram quadros mais graves devem aguardar o restabelecimento completo do organismo, o que pode levar até um ano.