Paraná registra queda de 30% nos incêndios florestais no 1º quadrimestre

Agência Estadual

Nos primeiros quatro meses de 2021, o Corpo de Bombeiros do Paraná registrou 2.760 casos de incêndios em vegetação nativa ou plantação, 1.181 a menos do que no primeiro quadrimestre de 2020 (3.941), uma queda de 30%. O indicador é importante porque foi alcançado mesmo sob estiagem, que já impacta o Estado há alguns meses. A explicação passa pela conscientização coletiva, orientação constante das forças de segurança e redução das queimadas induzidas pela ação humana.

Fevereiro foi o único mês que apresentou aumento de casos, de 530 para 671. Dentre os demais o que registrou maior redução foi janeiro, de 428 para 94. Foram, ainda, 568 registros em março de 2021, contra 1.477 em 2020; e 1.427 em abril de 2021, contra 1.506 em abril de 2020. Nesse último já houve perda de umidade do solo, provocada pela menor quantidade de chuvas.

“Apesar da redução, a população deve se manter em alerta. Uma parcela significativa das queimadas em vegetação pode ser evitada a partir da atitude do próprio cidadão, que tem o dever de não jogar lixo em local inadequado, de não alimentar queimadas de vegetação para limpar terrenos e acionar o 193 caso tome conhecimento de um incêndio”, afirmou o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Gerson Gross.

Ele alerta que, com a chegada do inverno, período de estiagem ainda mais severa, é preciso que o cidadão faça contato imediato com a Central de Operações (via 193) caso presencie alguma situação de incêndio ambiental. Os cuidados devem ser redobrados nestes próximos meses porque o fogo descontrolado pode se alastrar rapidamente, causando danos irreversíveis à fauna e à flora.

“Orientamos para que as pessoas não tentem lidar com o fogo sozinhas, pois podem acabar se ferindo, seja com o fogo ou com a inalação da fumaça. Através do acionamento emergencial, os bombeiros da central de operações avaliarão a situação e buscarão o melhor método para lidar com o incêndio da forma mais segura possível”, arrematou.

Atuando no Corpo de Bombeiros há 11 anos, a porta-voz, tenente Ana Paula Bagge Alves Latuf, explica que os bons números são reflexos de ações educativas, mas reforça que o alerta deve ser redobrado no inverno. “Neste momento, de junho a setembro, numa estação mais seca, incêndios florestais acontecem em maior quantidade. Mesmo com as estatísticas em queda, ainda precisamos de atenção”, disse.

“Apesar de a seca ser crucial, a interferência humana implica muito nesta diferença numérica de casos. Mesmo diante da crise hídrica no Paraná, a soma deste fator com o inverno acaba sendo amplificada pelas ações humanas”, acrescentou.

Atualmente, no Paraná, a infração administrativa e a multa para os responsáveis por provocar um incêndio ambiental variam de acordo com o tamanho da área atingida. O valor mínimo é de R$ 5 mil, mas pode chegar a R$ 50 milhões, dependendo de quantos hectares foram afetados pelo fogo, e quais danos foram causados na fauna e na flora da região.