No ‘pós-pandemia’, faltam imóveis para locação no Litoral do Paraná
Por Bem Paraná
O mercado de imóveis no litoral do Paraná ainda sente os efeitos da pandemia do coronavírus. A procura por locações aumentou nos últimos meses e a expectativa para o fim de ano é boa, mas agora faltam imóveis. Segundo corretores que atuam na região, as vendas cresceram acima da média no ano passado, no pior período da pandemia, o que reduziu a oferta para aluguéis.
A avaliação é que muitas pessoas passaram a procurar o litoral para fugir da cidade no período em que as atividades estavam paradas. Apesar da valorização dos imóveis no ano passado, muitos investidores se sentiram atraídos, pois ainda há uma boa margem para os preços subirem no próximo ano. Outro fator que influenciou na alta foi o baixo rendimento das aplicações financeiras, o que levou muitos a apostarem em casas e apartamentos na praia como forma de investimento.
“O mercado está aquecido, mas não existe mercadoria suficiente”, diz o corretor de imóveis Araí Pereira da Costa, proprietário da Imobiliária Abba, em Caiobá. “Temos poucos imóveis para venda e locação diária. E a procura é muito grande. No ano passado muitos imóveis foram vendidos, e os novos proprietários ainda não estão colocando para locação”.
Segundo Costa, 90% dos imóveis disponíveis para locação na imobiliária já estão reservados para o feriado de 15 de Novembro, na próxima segunda-feira. “A procura está grande, o feriado cairá na segunda-feira e o pessoal só aluga para três ou quatro dias. As pessoas estão igual a bicho de estimação que fica muito tempo preso”, afirma o corretor. “Eles não aproveitaram a temporada passada, agora estão se programando para descer para a praia. A expectativa do comércio e das imobiliárias é muito grande para a temporada”.
O valor das locações também subiu. “Não chegou ao mesmo nível dos valores de venda, mas os preços aqui sempre foram mais altos que os de Santa Catarina, por exemplo. Sempre tivemos uma oferta menor para locação. Santa Catarina se preparou para as locações na década de 1980, aqui as pessoas compravam para usar, depois colocavam para locação”, relata Costa.
Até a última terça-feira, Luís Carlos de Oliveira, proprietário da imobiliária Facilita Imóveis, em Caiobá, já estava com 50% dos imóveis ofertados locados para o feriado de 15 de Novembro. “Tem dado uma boa frequência. As reservas para o Ano Novo também melhoraram”. Apesar da melhora, Oliveira é cauteloso e avalia que ainda é cedo para confirmar a recuperação do mercado.
“Melhorou porque estava tudo parado. Tivemos feriados com barreiras nas estradas e isso dificultou. Para o fim de ano está bom, mas vamos ver depois de 5 de janeiro se o mercado se recuperou mesmo”.
Quem comprou em 2020 pode lucrar em 2022
Já quem comprou um imóvel na praia em 2020 para investir poderá ter lucro já a partir deste fim de ano, avaliam os corretores. Henrique Stutz, proprietário da Stutz Imóveis, em Caiobá, calcula em 40%, em média, a possibilidade de ganho para quem investiu no ano passado e pretende revender o imóvel até a metade de 2022. “Daqui a um ano não estaremos vivendo o pico de valorização que está tendo agora. Essa valorização começou na metade de 2020 e acredito que vai até a metade de 2022”.
Segundo Stutz, o aumento nos preços dos insumos da construção civil elevou os preços dos imóveis novos, que por sua vez ajudaram a aumentar os valores dos imóveis já disponíveis. Ele calcula entre 10% e 20% a valorização desde março de 2020. “Nos imóveis de lançamento a gente notou uma mudança drástica nos valores e eles influenciam no valor de mercado dos imóveis de revenda. Agora é o momento em que ainda é possível fazer uma boa negociação para obter uma boa valorização a médio e longo prazo”.
Araí Costa também calcula que o lucro dos investidores poderá ficar entre 40% e 50%. “As pessoas ficaram assustadas com a taxa Selic e as taxas de juros, não valia a pena ter o dinheiro em banco, compensava mais comprar um imóvel na praia. Quem comprou no ano passado já pode ter lucro hoje”.
A saída tem sido negociar imóveis na planta, principalmente nos balneários. “Tínhamos três ou quatro construtoras, hoje temos nove. As construtoras perceberam que um nicho estava se abrindo”, diz Costa.
Hoje, o preço de um apartamento perto da praia em Caiobá pode variar de R$ 350 mil a R$ 650 mil. Já o valor de uma casa na mesma região pode chegar a R$ 1 milhão. Os valores diminuem para imóveis distantes da praia ou nos balneários.