Com pandemia, frota de motorhomes do Paraná cresce 34% em 19 meses

Por Bem Paraná

A pandemia do coronavírus colaborou com aumento no número de motorhomes em circulação no Paraná. Com medo do vírus e cansadas de ficar em casa, muitas famílias passaram a investir em “casas com motor” para passar mais tempo em meio à natureza. Em fevereiro de 2020, um mês antes das primeiras medidas restritivas de circulação serem adotadas no país, o Paraná tinha 1.253 veículos deste tipo registrados, segundo o Detran-PR. Em setembro deste ano (último mês com dados disponíveis), o número chegou a 1.682, um crescimento de 34%.

O Paraná é um dos três principais estados brasileiros quando o assunto é motorhome, ou “motorcasa”, e receberá pela primeira vez uma exposição voltada a viajantes e fãs de automóveis que funcionam como verdadeiras residências. Após quatro edições no Rio Grande do Sul, a 5ª Expo Motorhome será realizada de 9 a 12 de dezembro, no Expotrade Pinhais. Paralelamente será realizada a Expo Camping, de 3 a 12 de dezembro, que terá 600 motorhomes acampados em uma grande estrutura em Pinhais.

Segundo o organizador dos eventos, o empresário gaúcho Alexandre Boff, o mercado brasileiro teve uma grande expansão no ano passado, em função da pandemia do coronavírus. “Com a pandemia, as pessoas tiveram necessidade de sair de seus apartamentos. Houve uma grande valorização dos veículos e da manutenção”, diz Boff, que é proprietário de uma empresa especializada em lâmpadas de LED para automóveis em Novo Hamburgo (RS).

Os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são os mais tradicionais em termos de adeptos do motorhome e os que possuem o maior número de fábricas especializadas em adaptar os veículos. De 2020 para cá houve uma expansão para São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, diz Boff. O empresário estima que cerca de 80 mil motorhomes circulam atualmente em todo o país e que aproximadamente 500 são produzidos por mês.

Custos e perfil
O custo para transformar uma van em um motorhome pode variar de R$ 90 mil a R$ 150 mil, segundo Alexandre Boff. Como o serviço é customizado, o investimento pode chegar a até R$ 200 mil. Quem não tem um veículo para ser transformado precisa investir de R$ 160 mil a R$ 400 mil, dependendo do modelo. Atualmente, segundo Boff, cerca de 100 fábricas trabalham com a customização em todo o país. “Mas montadores caseiros deve ter mais de 500 no país”. Os requisitos para a transformação dos veículos e sua utilização são definidos pela Resolução 743, de novembro de 2018, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

O perfil dos usuários mudou, de acordo com Boff, que caiu na estrada em 1974. “Até uns 10 anos atrás, o perfil era de 65 anos para cima. Hoje o perfil é de 35 anos para cima, geralmente o casal que não quer ter uma casa na praia. É o ideal para que as crianças possam curtir junto”, diz o empresário. “Sou campista desde 1974, comecei com barraca. Na época não tinha motorhome, quando chegava um trailer na cidade virava notícia”.