Por que os produtos da indústria brasileira são mais caros?
O governo federal apresentou ao Congresso Nacional, na semana passada, a primeira parte de seu projeto de Reforma Tributária. Ela se juntará a outras propostas já em análise pelos parlamentares, com o objetivo de alterar o modelo de cobrança de impostos no país. Para a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o avanço dessa reforma é essencial para simplificar e tornar mais justo o sistema tributário nacional, um dos principais componentes que tornam os produtos industriais brasileiros tão caros e pouco competitivos.
A indústria é o segmento em que a carga tributária tem maior peso. O setor, que responde por 21% do PIB brasileiro, é responsável por 33% do total de impostos federais arrecadados. Em nível estadual, quando considerado o ICMS, o percentual sobe para 42%. Assim, mais de 46% do total da produção industrial brasileira é destinada ao pagamento de impostos.
“Esse é um dos principais componentes do Custo Brasil, impactando diretamente na formação de preço dos nossos produtos e dificultando a concorrência com itens produzidos em outras partes do mundo”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “É preciso tornar a carga tributária menos complexa e mais justa, distribuindo a arrecadação de maneira mais igualitária para que não pese demasiadamente sobre a indústria e sobre os consumidores”.
O peso da carga tributária é sentido no dia-a-dia das empresas do setor. A última pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Fiep, mostra que 81% dos empresários paranaenses estão insatisfeito com a estrutura tributária do país. Para 98% deles, a Reforma Tributária é a medida mais importante para melhorar o ambiente de negócios brasileiro.
Por tudo isso, o presidente da Fiep afirma ser essencial que o Congresso avance nas discussões sobre a reforma. “Aprimorar nosso ambiente de negócios, criando condições mais favoráveis para investimentos e para a geração de empregos e renda, é fundamental, e isso passa pela aprovação de uma Reforma Tributária consistente”, diz Carlos Valter.