Safra deve atingir 24 milhões de toneladas

Na primeira avaliação da safra de verão 2020/21, que começa a ser plantada em todo o Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, estima um volume de 24,3 milhões de toneladas de grãos, numa área de seis milhões de hectares, a maior ocupada até agora no Estado. São 65 mil hectares a mais do que a safra anterior, que serão basicamente ocupados pela soja.

Segundo o Deral, cerca de 98% da produção estimada será soja e milho, com predomínio da soja, cujo desempenho está difícil de ser superado. A saca de soja está sendo negociada por um valor superior a R$ 100, o que faz os produtores optarem pelo grão.

A safra de grãos 19/20, que está na reta final, abrange a safra de verão, a segunda safra e a safra de inverno. Ela poderá ser 14% maior em relação ao período anterior (2018/19), turbinada pelos elevados níveis de produtividade da soja, milho, feijão e trigo e deve chegar a 41 milhões de toneladas. A produção de trigo pode apresentar um recuo por causa de seca e geada recente, mas ainda assim será uma das melhores safras dos últimos anos.

A estimativa de produção da safra de verão é um pouco menor, em torno de 2%, na comparação com a safra anterior que totalizou 24,7 milhões de toneladas no mesmo período. A produtividade da safra que está sendo encerrada foi muito alta.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o cenário agrícola no Paraná é bom tanto para a atual safra, que está sendo finalizada, como para a próxima que começa a ser plantada. “Os produtores estão colhendo a safra 19/20 com um ambiente econômico razoável para os preços, estimulando-os a vender antecipadamente, como no caso da soja e milho. Esses grãos estão com preço em patamar elevado que cobre qualquer custo de produção”.

Ele afirmou que houve um avanço importante do milho safrinha, cuja redução foi menor do que se esperava por causa da seca e houve uma recomposição com o avanço da colheita. E a safra de inverno, na sua avaliação, com a expectativa de colher um total de 4,25 milhões de toneladas, também é boa. Destacou o desempenho do trigo que desponta como satisfatório, apesar de perdas em algumas regiões.

Para a nova safra 20/21, Ortigara enfatizou o pequeno aumento de área plantada, prevendo que o cultivo de grãos deverá avançar em áreas de pastagens no arenito e pequena redução no plantio de feijão. As demais culturas mantêm a área de plantio estabilizada, ressaltou o secretário.

Para o diretor do Deral, Salatiel Turra, os produtores paranaenses vêm obtendo excelentes níveis de produção graças ao pacote tecnológico utilizado e ao manejo adequado dos solos, refletindo uma preocupação em garantir ganhos em produtividade mesmo em situações adversas como ocorreu este ano, onde houve uma estiagem severa. “Com isso, os produtores estão conseguindo assegurar seu lucro e sua renda”, acrescentou.

Safra 2020/21

Segundo o Deral, na safra 20/21 o plantio de soja deverá ocupar quase a totalidade da área agricultável do Paraná. Dos seis milhões de hectares agricultáveis no Estado 5,53 milhões de hectares serão ocupados pelo grão. Essa área será cerca de 1% maior em relação à que foi ocupada pela cultura no ano passado, o que demonstra que o plantio de soja é disparado a opção do produtor em busca de rentabilidade na propriedade. O acréscimo de área só não será maior porque não há mais terra agricultável no Estado, disse o economista Marcelo Garrido.

A produção esperada na safra 20/21 é de 20,4 milhões de toneladas, em torno de 1% inferior à produção da safra anterior que alcançou 20,66 milhões de toneladas, atingindo novo recorde de produção no Estado. Para essa estimativa foram considerados níveis de produtividade normais para a cultura.

Garrido explicou que a produtividade média da soja alcançada na safra anterior de 3,8 quilos por hectare foi acima das expectativas. O resultado foi atribuído aos avanços da tecnologia e aos trabalhos de manejo do solo que vem sendo feitos pelo produtor.

O combustível para essa euforia vem sendo o câmbio, disse Garrido. A saca foi negociada em média por R$ 113,00, na última semana de agosto, valor 57% a mais que a média de agosto do ano passado, quando a soja foi vendida por R$ 72,00 a saca. Segundo Garrido, no mercado externo as cotações estão estabilizadas, mas a nível interno o valor do câmbio está fazendo a diferença. Para se ter uma ideia, o dólar teve uma valorização de 35% no período de um ano.

Além do câmbio, está contribuindo para a valorização da soja a preferência da China em comprar o grão do Brasil em decorrência do conflito comercial com os EUA. Para aproveitar o período favorável, o produtor está antecipando as vendas. Segundo o Deral, 32% da próxima safra de soja já foi vendida, praticamente o dobro do que foi vendido de forma antecipada no mesmo período do ano passado.

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