Denúncias de violência contra mulher crescem 20% em Cianorte
Da Redação
A violência contra a mulher é uma realidade muito mais presente no cotidiano das famílias do que se imagina. O ultimo balanço da Delegacia da Mulher de Cianorte apresenta um novo aumento no número nos casos registrados no município. Em 2022, a Delegacia registrou 574 boletins de ocorrência e 308 medidas protetivas, 20% a mais que no anterior, quando 461 ocorrências foram registradas e 331 medidas protetivas concedidas.
Apesar do aumento de denuncias, não houve registro de feminicidio ou tentativa do crime na Capital do Vestuário, em 2022. Para o delegado-chefe da Delegacia da Mulher, Criança e Adolescente, Wagner Quintão, o resultado tem relação direta com a maior conscientização da população e da ampliação do acesso aos meios de comunicação, além do avanço no combate contra a violência doméstica não apenas em Cianorte, mas em todo o país.
“Esse aumento de 20%, não é apenas em Cianorte, mas em nível nacional. Resultado em uma maior confiança da vitima em denunciar o agressor, além de novas leis que consideram novos tipos de agressões que não eram reconhecidas antes. Apesar dos números, o trabalho mais intensivo da polícia tem contribuído para que essa violência não evolua para um crime mais grave”, comenta Quintão.
A maioria de casos atendidos foi de violência psicológica e moral, com prazo para a concessão de medidas protetivas em até 48horas. “As injurias, calúnias difamações e perseguições representam o maior número de denuncias e estamos conseguindo captar, ainda no início do ciclo de violência, os responsáveis que recebem o mesmo tratamento de gravidade”, concluiu o delegado.
Em Cianorte, a rede de apoio às vitimas, inclui a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Crianças e Adolescentes que somente no ano passado atendeu 205 mulheres vitimas de violência. De acordo com o órgão, em 2022 foram feitos 2.286 atendimentos para mulheres vitimas desse crime, em vulnerabilidade social ou assistida pelos benefícios sociais.
A secretária oferece apoio às mulheres vítimas de violência doméstica. No local as vítima encontram atendimento psicológico, assistencial e apoio jurídico, além de ser inserida em políticas publicas de inserção ao mercado de trabalho, além de poder participar de cursos e oficinas profissionalizantes. A maioria esmagadora dessas mulheres chega à secretaria fragilizada e encontra apoio e amparo. Entre ações da pasta, estão as visitas técnica em domicílio, grupos de mulheres, promoção ao acesso à documentação, orientação, encaminhamentos para serviços de assistência social, saúde, educação e avaliação. Além de inserção no Auxílio Recomeçar, Lei Municipal Nº 5.410/2022 que garante R$600 reais por mês, por até seis meses para apoiar a saída da mulher do ciclo da violência doméstica.