Dia D revela desinteresse de portadores de deficiência por oportunidades de trabalho

O Dia D, data que tem como objetivo oferecer oportunidade de trabalho a portadores de deficiência, não teve adesão do público-alvo. Neste ano, nenhum PcD compareceu à Agência do Trabalhador em Cianorte no dia que foca a inclusão destas pessoas no mercado de trabalho. Pandemia e medo de perder os benefícios são os principais fatores da desistência ou da adesão zero.

De acordo com o gerente da Agência do Trabalhador, Roberson Morales, a baixa procura era esperada. “Devido à pandemia e os benefícios é complicado mesmo. Já se imaginava que esse ano seria complicado”, afirmou.

As buscas no Dia D do ano passado foram baixas, cerca de 10 pessoas procuram a agência em busca de oportunidade. “Ano passado já não deu muita gente, o movimento maior mais devido às apresentações. Tivemos palestra do INSS, apresentação da Apae. Muitas pessoas participaram e vieram 10 para ver as vagas”, explicou Morales.

Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus o movimento geral da Agência do Trabalhador teve uma queda expressiva. Enquanto nos dias normais a agência atendia cerca de 80 pessoas diariamente, a média caiu para 20. Entre os portadores de deficiência, foram atendidos quatro desde janeiro, contou o gerente.

Segundo Morales, o aplicativo Sine Fácil também colaborou para a queda dos atendimentos presenciais. “Eles podem ver as vagas pela plataforma e se auto-encaminhar para a vaga, mas as pessoas com deficiência, geralmente, vêm até a agência”, afirmou. 

As 10 vagas disponíveis para os PcDs continuam abertas.

Benefício

Segundo o técnico da área do Trabalho e da Assistência Social da Secretaria Municipal da Justiça, Família e Trabalho, Sidnei Rodrigues de Souza, os PcDs possuem medo de perder o benefício. “Temos dificuldade de encaminhar para o mercado de trabalho, pois eles realmente dizem que podem perder o beneficio, só que não perde o beneficio. Na verdade a legislação diz que suspende, mas se a pessoa com deficiência não se adaptar ao trabalho, tiver algum problema de saúde ou até for afastada do trabalho pelo trabalhador, ela retoma o benefício. Só que é muito difícil convencer eles disso”, esclareceu.

Além disso, outra grande dificuldade é com relação à escolaridade. “Muitos pararam de estudar e não têm formação, o que atrapalha no processo”, afirmou Souza.

A data

Apesar de a data, o Dia D, ser direcionada a coleta de currículos dos portadores de deficiência, todos os dias a agência os recebe. Assim como para as demais vagas disponíveis.

 

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