Práticas de equidade e empoderamento feminino precisam estar no DNA das empresas

 

Gisela Bellinello
Vice-Presidente da Medtronic Brasil
Por Gisela Bellinello, vice-presidente da Medtronic Brasil

A atenção para a Copa do Mundo de Futebol Feminino e a participação de mulheres na narração dos jogos têm sido motivos de comemoração e gerado importantes debates na sociedade sobre a importância da equidade de gênero. Certamente, houve avanço, mas ainda temos um longo caminho a percorrer até que a participação da mulher em diferentes áreas não seja um tema que precise de atenção especial em meio a tantas inconstâncias.

Enquanto isso não acontece, falar sobre formas de driblar o preconceito para conscientizar a todos é mais do que pertinente, mas extremamente necessário e, deve sim ser foco regular no ambiente corporativo. Essa reflexão contínua associada à prática tem sido uma estratégia bem-sucedida no nosso cotidiano.

Hoje as mulheres representam 60% da nossa liderança e 56% do nosso quadro funcional. Para chegamos a esse placar, que nos orgulha tanto, várias ações foram implementadas como parte de um estratégico programa que previa mudanças a curto, médio e longo prazo. No entanto, construir, promover e manter uma forte cultura de equidade de gênero em todos os níveis da organização exige que o tema seja parte da estratégia da organização, exige dedicação e diálogo constante.

Uma das tantas ferramentas que integrou vozes e impulsionou transformações na nossa trajetória foi a implementação dos grupos de afinidade. Formados por colaboradores voluntários, eles discutem o acolhimento, a inclusão de minorias de gênero, raça, etnia, comunidade LGBTQIA+ e pessoas com Deficiências (PcDs). Com planejamento anual, metas de performance, suporte financeiro e apoio institucional e das lideranças, esses grupos personificam e representam colegas, propagam e executam a pluralidade e a diversidade de pensamento dentro e fora da empresa.

O comitê Medtronic Women’s Network busca constantemente ações de aprimoramento feminino e soluções que realmente garantam igualdade para as mulheres. Na pauta, abordam questões de violência contra a mulher, impactos positivos do feminino na sociedade, bem-estar, saúde mental e empoderamentos. As ações, inclusive, tiveram o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), representada pela Rede Brasileira do Pacto Global, com o Prêmio WEPS Brasil – Empresas Empoderando Mulheres, que reconhece os esforços de companhias que promovem a cultura da equidade de gênero e o empoderamento da mulher no Brasil.

Uma das iniciativas de sucesso geridas no grupo de mulheres, que também conta com a participação de colaboradores homens, é o ELISA, projeto que visa ampliar a participação de mulheres em especialidades médicas ainda dominadas por homens. Em plena execução, o ELISA reúne 20 médicas recém-formadas em cirurgia, nefrologia, coloproctologia e ortopedia de diferentes localidades do país. Todas são mentoradas por um time de 10 especialistas renomadas na profissão de forma voluntária. Embora tenha sido lançado recentemente, a boa receptividade da ação deve envolver novos desdobramentos.

É inspirador saber que estamos construindo uma jornada positiva, cultivando e sustentando uma cultura em que as mulheres lideram em todos os níveis. É assim que contribuímos para melhorar nossa capacidade de atrair, desenvolver, reter e acelerar o avanço das mulheres em suas profissões. Que venham outros projetos para ampliarmos a representativa de todos. É assim que ressignificamos valores, talentos e garantimos maior equidade e pluralidade no ambiente corporativo e fora dele também.