Chuva prolongada põe em risco atividades econômicas que dependem de tempo estável
Da Redação
Enquanto que para atividades agrícolas a chuva é essencial para o sucesso dos negócios por estar intimamente ligada à produtividade das lavouras, ao longo período de precipitação também pode se tornar um vilão para quem depende dos dias ensolarados para trabalhar.
Janeiro foi um mês chuvoso, batendo o recorde de precipitação para o mês em 20 anos; Foram 371 milímetros de chuva em praticamente todo os dias do mês. Com tanta água caindo do céu, muitos setores da economia local foram impactados pela instabilidade do tempo.
O dono da Academia Cianortense de Tênis e professor da modalidade (ACT), Lucas Dias, disse que fica inviável trabalhar em dias chuvosos. “Nós precisamos que a quadra esteja em boas condições para trabalhar e como choveu nesses últimos dias, não tinha condição”, disse o professor.
Dias ainda contou que chegou a perder alguns alunos devido à chuva.
As quadras de tênis são de saibro e com as chuvas não tem como praticar o esporte no local, é preciso sol para que seja possível arrumar as quadras para jogo.
Para solucionar o problema, o professor contou que procura um sistema para proteger as quadras. “Estamos em busca de um sistema de lona para cobrir o piso das quadras enquanto chove. Assim que para a chuva essa lona é recolhida e as quadras ficam aptas para o uso”, afirmou.
Segundo Dias, ele vai repor as aulas de seus alunos matriculados. “Acredito que eu dei aula apenas em uns seis dias de janeiro. Então, aos alunos que perderam aulas, com certeza, buscaremos dar todas as reposições”, disse.
O professor de tênis tem apostado na prática do Beach Tennis, esporte praticado em quadras de areia e que não sofre tanta interferência devido à chuva.
Construção civil
Um dos setores que mais dependem dos dias de sol é o ramo da construção civil. Conforme o engenheiro civil, Alex Godoy, a chuva atrapalha tanto no início da construção, quando na fase final. “Quando uma obra está aberta, em processo de fundação ou terraplanagem, quando não tem nada de cobertura, não tem como tocar a obra. Não pode deixar molhar madeira, não tem como concretar uma laje. E ainda se estiver coberta, pode afetar ainda os serviços de pintura, pois deixa o ambiente úmido”, explicou o engenheiro.
Segundo Godoy, as chuvas de verão podem atrapalhar o trabalho. “É muito ruim quando vamos cedo para o trabalho, e começa a chover durante o dia. Isso pode estragar alguma coisa. Dependendo do serviço pode dar um retrabalho e prejudica a obra”, afirmou.
Apesar disso, como disse o engenheiro, há sempre um trabalho a ser feito, desde projetos e serviços no escritório. “O serviço não para. O trabalho de escritório continua, não há tanto prejuízo, mas parte de obra física, atrasa bastante”, lamenta.
Venda de frutas cai até 40% em janeiro
Há 26 anos trabalhando com barraca de frutas, com sol ou chuva, Solange Ferracini não deixa de ir ao seu ponto de venda nem único dia sequer da semana. Apesar de ter uma queda de cerca de 40% nas vendas, ela precisa estar no local e atender os clientes. “A venda caiu, mas a gente ainda vem, porque se a gente não vir fica difícil até para os clientes, mesmo com tempo de chuva sempre tem alguém que vem pegar”, disse.
Além disso, Solange tem três funcionários registrados que dependem da atividade. “Com chuva muita intensa ficamos sem abrir. Mas no meu caso, eu tenho meus funcionários que são registrados, então um dia que perco de venda, eles são prejudicados”, contou.
A chuva, além de prejudicar a venda, também interfere na produção e preço dos alimentos. “O que acontece é que a mercadoria sobe muito e começou a fazer falta”, disse Solange. “Nós trabalhamos muito com melancia e quanto mais chove, mais aguada ela fica e prejudica muito”, acrescentou.
De acordo com Solange, sua renda vem da vendas das frutas, por isso é preciso poupar durante o ano para que os meses chuvosos ou inverno não influenciem o seu trabalho. “Temos que poupar mais durante o ano. Por trabalhar há muito tempo nesse tempo, sabemos que a fruta tem seus altos e baixo o ano todo, mas o que mais prejudica é o janeiro chuvoso e a época de frio”, contou.
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