Aumento do dólar e entressafra da cana reajustam o preço dos combustíveis
O preço da gasolina e do etanol teve um aumento expressivo nos últimos dias. E isso se deve a alguns fatores, dentre eles o aumento do preço do dólar, o preço do barril de petróleo, exportação de matéria prima e pela entressafra da cana-de-açúcar. Por volta de março e abril, no início da pandemia, os valores eram de R$ 3,79 para a gasolina e de R$ 2,59 para o etanol, hoje os valores chegam a R$ 4,49 e R$ 3,19, respectivamente.
Com relação ao preço do etanol, normalmente ele fica mais elevado no último trimestre de cada ano, até atingir o pico no fim do primeiro trimestre do ano seguinte, antes da colheita da safra. Além de mais intenso, o cenário atual indica maior pressão durante a entressafra, já que as condições climáticas em regiões produtoras não têm se mostrado favoráveis. A entressafra se dá no período que antecede a safra, e é nesta fase que acontece na a manutenção das usinas de álcool.
A gasolina sofre aumento, principalmente, devido ao valor do dólar e do preço do barril de petróleo. Além disso, também acompanha o valor do etanol, visto que, em sua composição há 27% de álcool.
Conforme o proprietário e gerente de um posto localizado na Avenida Édson de Lima Souto, Jeferson Janeri, “o preço dos combustíveis é feito por duas coisas: dólar e o barril do petróleo. Se o valor de um dos dois sobe, o valor do combustível vai subir”
Janeri ainda explica que o etanol é um produto sazonal. “Na entressafra o preço sobe e quando está na safra desce, pois nesse período está colhendo. Nesse período, os produtores estocam para quando parar de colher dar início à entressafra, quando o preço reduz porque está com o tanque cheio e tem que vender”, esclareceu. “Normalmente, no meio no ano o etanol é mais barato e no final do ano o preço aumenta”, acrescentou.
Outro fator que implica no aumento do etanol é a exportação. E o etanol também faz o preço ficar mais caro. “Compensa mais para as usinas produzirem açúcar e exportá-lo devido o pelo preço alto do dólar. E isso faz com que falte combustível no mercado”, disse Janeri.
Para Janeri, a mudança de combustível nos carros das pessoas muda de acordo com a necessidade de cada um. “A pessoa que usa carro no dia a dia, viajantes, migram para o etanol, pois é mais em conta. Já os que andam mais em família, que gastam menos com o carro, continuam na gasolina”, disse.
Além disso, a queda nas vendas acontece nos primeiros dias após o aumento do valor do combustível. “Sempre assim: se você aumenta o preço hoje , nos próximos dois ou três dias há uma queda nas vendas. Depois volta ao normal, porque o pessoal precisa andar. Mas acabam economizando mais, ao invés de completar, colocam R$ 50”, finalizou.
Na visão do proprietário de um posto localizado na Avenida Paraíba com a Avenida Amazonas, Alessandro Luchelli, seus clientes preferem optar pelo etanol. “Preferem muito mais usar o etanol do que a gasolina, porque a diferença de preço é muito grande”, afirmou. Hoje (segunda-feira, 26), o valor do etanol no posto é R$ 3,19 e gasolina chega a R$ 4,49.
De acordo com Luchelli, os valores crescentes dos combustíveis não afetou de forma relevante o funcionamento do posto. “No começo sim, mas pode ser uma coincidência muito grande, mas troquei de bandeira neste período e não tive nenhum tipo de problema com esse aumento. Até melhorou muito”, disse.
Para o proprietário de um posto na Avenida Paraná, Pedro Henrique Barbosa de Oliveira, a tendência é que as pessoas passem a usar mais o etanol do que a gasolina, já que o aumento mais impactante foi na gasolina. Apesar do aumento do preço, Oliveira afirma que as vendas não têm redução. “Não cai a venda, pois o pessoal tem que abastecer”, disse.
Para o professor de tênis, Lucas Ferreira, vale a pena o uso do etanol. “Além de ser mais barato compensa mais no meu carro”, disse Ferreira. O professor ainda afirmou que sempre optou pelo etanol, mas que o aumento pesou no bolso. “Eu trabalho longe de casa e sinto no bolso a diferença do valor, mas não tem muito o que fazer, já que preciso do carro para trabalhar”, concluiu
Pandemia
Como afirma Jeferson Janeri, durante o início da pandemia o preço dos combustíveis caiu expressivamente. “Na pandemia o preço da gasolina, por exemplo chegou a R$ 3,79 / R$ 3,59. Hoje está R$ 1,00 mais caro. E isso aconteceu pelo consumo que caiu. Sobrou combustível no mercado, por isso o preço reduziu, estava tudo parado. Depois com a volta do consumo, das pessoas rodando de novo, o valor começou a aumentar novamente”, esclareceu.
Durante a pandemia, as vendas no posto que antes chegavam aos cinco mil litros de combustíveis diários, caiu para mil litros.
De acordo Pedro Oliveira, a pandemia foi a responsável pela queda das vendas, e não o valor dos combustíveis. “A pandemia prejudicou. No começo estávamos vendendo apenas 50%, agora já chegamos aos 90%. Esse último mês foi o melhor até agora”, disse.
Segundo Oliveira, enquanto as aulas não retornarem, os postos ainda terão prejuízos devido à pandemia.
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