Prefeitura de Cianorte assume gestão do SUS na Fundhospar

A Prefeitura de Cianorte decretou intervenção administrativa no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na Fundhospar, hospital responsável por mais de 160 mil pacientes dos municípios da 13ª Regional de Saúde. A medida, oficializada pelo decreto nº 61, foi publicada na segunda-feira, 24, no Diário Oficial e terá duração de 180 dias.

A decisão foi tomada após profissionais de saúde emitirem uma carta alertando que podem interromper os atendimentos devido à falta de pagamento. Além disso, a Fundhospar notificou a Prefeitura sobre a redução do fluxo de pacientes, anunciando que deixaria de aceitar novos casos a partir de segunda-feira.

Segundo a administração do hospital, a unidade acumula uma dívida de R$ 4,3 milhões, sendo R$ 2 milhões em honorários médicos atrasados e o restante destinado a fornecedores, medicamentos e insumos.

Durante coletiva de imprensa na sexta-feira, 21, o diretor da Fundhospar, Gilmar Célio, explicou que, até outubro de 2024, a Santa Casa de Cianorte recebia parcelas de R$ 750 mil do Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Centro Noroeste do Paraná (Cicenop), por meio do Projeto Acesso. No entanto, o contrato não foi renovado em novembro, agravando o déficit financeiro.

Neste ano, o financiamento foi retomado, mas com parcelas reduzidas para R$ 509 mil, valor que a administração considera insuficiente para cobrir os custos operacionais.

Com o decreto, a gestão da área SUS do hospital será assumida por uma comissão, enquanto a diretoria da Fundhospar continuará responsável pelos serviços particulares e de planos de saúde.

A intervenção será comandada por Suélen Cristina Napoleão, secretária executiva do Cicenop. Segundo a Prefeitura, a prioridade será restabelecer a normalidade no atendimento, regularizar os serviços e realizar um diagnóstico da situação financeira da unidade.

Na manhã de segunda-feira, uma reunião entre as partes envolvidas definiu os primeiros passos da intervenção. A Prefeitura afirmou que a medida será conduzida de forma pacífica e em cooperação com a administração do hospital.

Em nota, a Prefeitura destacou que a requisição administrativa tem base na Constituição Federal e na Lei nº 8.080/1990, que permite esse tipo de ação em situações de necessidade coletiva e urgência. O processo será acompanhado por órgãos de fiscalização, com prestação de contas ao Ministério Público do Paraná, ao Conselho Municipal de Saúde e ao Legislativo local.