Procon registra 48 atendimentos em oito dias
O Procon de Cianorte reabriu no dia 8 de abril e as demandas de reclamações tiveram um aumento expressivo na primeira semana de atendimento. Até a quarta-feira, 22, foram oito dias úteis de trabalho o que resultou em 48 atendimentos, além das denúncias feitas por telefone que não são registrados no sistema.
Conforme contou a atendente do Procon, Tatiane Cazon, a equipe recebe notificações referentes às farmácias, mercados, escolas, postos de gasolina, produtos em geral e questões referentes a pagamentos de aluguel.
“A primeira semana foi muito tumultuada e chegou a gerar fila. Mas as dúvidas sanadas a gente não registra. Então se tivemos 20 atendimentos, podemos considerar cerca de 80, pois grande parte deles acontece por telefone e não são registrados”, explicou a atendente.
Durante o fechamento do comércio, o Procon trabalhou em sistema de home office. “Nós ficamos em casa e recebemos as reclamações por e-mail. Inclusive as notificações que fizemos foram a partir de denúncias por e-mail e que não tiveram registros no sistema, pois estávamos trabalhando de casa”, relatou.
De acordo com Tatiane, durante o trabalho de home office eram recebidos em média 10 e-mails com reclamações por dia. A atendente ainda contou que quatro estabelecimentos foram notificados neste período devido ao preço abusivo de máscaras de proteção, luvas cirúrgicas e álcool em gel, foram duas farmácias, uma loja de cosméticos e uma casa de embalagens.
Colégios
Nós últimos dias o Procon também recebeu dezenas de ligações de pais que possuem filhos em colégios particulares. Porém, como explicou a atendente, ninguém quer formalizar essas ligações e atendimentos, pois não querem deixar um nome ou CPF para registro. “Eles ligam o dia inteiro, só presencialmente hoje (quinta-feira) vieram cinco pais esclarecer dúvidas, além dos contatos por telefone e WhatsApp, mas nenhum foi registrado”, afirmou.
Conforme Tatiane explicou, não há nenhuma determinação que afirme que pais podem deixar de pagar o colégio. “Não há uma lei que diga para não pagar. O estado já diminuiu a carga horária e os dias letivos, além da liberação do ensino a distância (EAD)”, afirmou.
Porém, como explicou a atendente é possível negociar com o estabelecimento. “Eles têm que continuar pagamento normalmente, mas claro que se a pessoa tem dificuldade, perdeu emprego ou é autônoma, a orientação é para que entre em contato com o estabelecimento primeiro e tente uma negociação. Está difícil para todos, então o pedido é que todos os lados cedam um pouco”, disse.
E, caso o estabelecimento não queira conversar ou entrar em um acordo, “a pessoa deve procurar o Procon para que a gente possa intermediar isso”, afirmou a atendente.
Além disso, caso os pais ou responsáveis queiram fazer o cancelamento, basta pedir a transferência para um colégio público. “É possível cancelar o contrato sem que haja multa”, concluiu Tatiane.
A TRIBUNA DE CIANORTE conversou com a mãe de uma aluna de escola particular, que pediu anonimato, e, segundo ela, alguns pais já retiraram seus filhos e os transferiram para escolas públicas, devido ao pagamento das mensalidades. Algumas mães estão entrando em contato com os colégios e negociarem possíveis descontos nas mensalidades deste ano e do ano seguinte, além das rematrículas das crianças.