Reabertura de alguns setores do comércio deixa centro de Cianorte movimentado

O decreto Nº 58 divulgado pela Prefeitura de Cianorte nesta terça-feira, 31, autorizou a reabertura parcial do comércio da cidade. Algumas atividades, consideradas como essenciais, retomaram os seus serviços, como os setores de telecomunicações; industrial e da construção civil, em geral; serviços de manutenção – oficinas e borracharias; entre outros. A reabertura parcial de alguns ramos do comércio deixou o centro da cidade agitado na manhã desta quarta-feira, 1ª. Além disso, mercados e bancos registraram filas para aguardar o atendimento.

Para a secretária e recepcionista de consultório odontológico, Camila Cordeiro, o ideal seria que todos seguissem as ordens. “A gente vê que boa parte está abrindo, mas acho que, ou todo o comércio fecha, ou deixa todos abertos. Como está, fica até difícil para população, pois ninguém sabe onde fica fechado e onde não fica”, afirmou. Camila ainda reforça que o que falta é uma boa fiscalização.

Conforme contou a secretária, ela precisou ir ao banco devido seu trabalho, mas como afirmou, evita sair de casa e busca se proteger. “Tive que vir pelo trabalho, mas evito ao máximo sair de casa. Não vou à farmácia ou mercado, tenho criança pequena e minha mãe faz parte do grupo de risco. Quando precisamos de alguma coisa outra pessoa vai, e apenas em caso de emergência mesmo”, esclareceu.

De acordo com a professora Zelita Borges, quanto maior o número de pessoas estiver nas ruas, maior será o perigo de propagação do vírus. “Quanto mais pessoas circulando, mais chances de contaminação. Além disso, não acredito que há apenas os casos confirmados e divulgados. Tem muito mais”, alertou a professora.

Para Zelita é importante que as pessoas fiquem em casa e ela segue a orientação. “Evito sair de sair de casa. Só saio se for absolutamente necessário. Desde que fomos orientados para ficar em casa, não saí. E ainda controlo todos aqui em casa”, contou.

O que pensam os lojistas

De acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Cianorte (Acic), Hércio Correia, os comerciantes da região não receberam com bons olhos o novo decreto que determinou que apenas serviços essenciais fossem abertos e demais setores, como o varejo, restaurantes, bares, e outros, continuassem fechados. “A maioria não gostou disso. (A maioria) Acha que não haveria a necessidade de tudo isso, pois parte do comércio abre e muitos outros são prejudicados”, afirmou.

Conforme comentou Correia, os comerciantes ficaram muito apreensivos com a nova decisão, mas que o prefeito Claudemir Bongiorno é quem sabe o que é melhor para a cidade. “Todos estavam angustiados e a decisão não caiu bem entre as lideranças do setor, mas o prefeito é quem comanda e é ele quem deve saber o que é melhor. Até para que fiquemos alinhados com as medidas do Estado e União”, reforçou.

Correia ainda disse que foram as atualizações do número de casos do coronavírus e as orientações do Governo que fizeram com que a decisão fosse tomada no final do expediente de terça-feira, um dia antes do comércio reabrir. “A decisão foi de última hora, mas a preocupação dele é com a saúde”.

Segundo Correia, ainda tem algumas pessoas que julgam a medida como desnecessária. “Alguns ainda dizem para apenas isolar o grupo de risco e deixar outros trabalharem, mas decisões do país e de todo o mundo apontam para o isolamento. Então, às vezes é até ruim para uma prefeitura não seguir a mesma linha de demais órgãos”, afirmou o presidente da Acic.

De acordo com o presidente, a questão não acontece apenas em Cianorte, mas no mundo inteiro. “O isolamento é o único remédio mesmo. E a nossa esperança é que esses sejam os últimos dias. Não temos o que fazer, a não ser ouvir o prefeito e acatar as orientações”, informou.

“O que temos que ver é o resultado, se estivermos em uma situação tranquila é porque talvez a população esteja cumprindo o isolamento a rigor. E se relaxarmos, podemos voltar a ter casos em processo acelerado. E a grande preocupação é a saúde não suportar o número (de vítimas), então a decisão é tomada por precaução”, alertou Correia.

De acordo com o presidente da Acic, Hércio Correia, todos que estão trabalhando respeitam as orientações. “Cada um cumpre os cuidados que precisam ser feitos no local de trabalho”, afirmou.

O presidente ainda ressaltou que o isolamento social e o fechamento parcial do comércio causarão prejuízos aos comerciantes, mas que a situação será revertida. “O conserto de tudo vai demorar um pouco para ser feito, mas todo mundo vai superar. Temos que acreditar que as coisas passam. As pessoas vão ter que botar o pé no chão e ver que dá para controlar os prejuízos até tudo se acertar. Cada um, seja pequeno ou grande comércio, vai ter sua participação nisso”, concluiu.