Sem bolo e sem festa, cidade chega aos 67 anos unida e solidária

Os grandes shows da maior festa popular de Cianorte e a movimentação da cidade durante 10 dias de comemoração pelo seu aniversário terão um hiato de (pelo menos) um ano na Capital do Vestuário. A maior cidade do Médio Noroeste do Paraná completa neste domingo, 26, 67 anos, mas em meio à pandemia do novo coronavírus a festa, o bolo e os shows ficaram para uma próxima oportunidade, quem sabe em 2022 quanto completa 68 anos?

Se não tem motivos para comemorar com festa e sua gente se abraçando, aos menos a cidade pode celebrar a solidariedade de seu povo que mesmo em momentos tão difíceis se uniu para ajudar quem mais precisava. Desde o começo da pandemia a cidade tem visto demonstrações de solidariedade desde grandes empresários a trabalhadores, empresas gigantescas a pequenos negócios, de personalidades a anônimos que se sensibilizaram com causas sociais para ajudar quem mais precisou durante a pandemia.

São essas pessoas e instituições que fazem a diferença, que valorizam o nome da cidade que me merecem os parabéns da população no dia em que todos deveriam festejar a pujança de uma cidade que tem tudo para ser maior e melhor.

Morena Rosa

O Grupo Morena Rosa ajudou ONGs e entidades. O grupo empresarial cortou tecidos para a produção de máscaras e os doou a parceiros da cidade. Dessa forma, as empresas puderam confeccionar os itens de proteção e realizar suas ações solidárias.

Foram destinadas peças de tecido para a ONG Ensina-me a Viver, que doou máscaras a caminhoneiros da região, disponibilizou as para pacientes oncológicos e ainda trocaram os itens de proteção por quilos de alimentos não perecíveis que serão doados em cestas básicas. Além da ONG Amigos de Patas, que vendeu máscaras durante a pandemia e usou o valor arrecadado para auxiliar nos cuidados dos animais e nos projetos da instituição.

Os tecidos também foram doados ao Grupo Tutu da Alegria, que doou as máscaras para as crianças assistidas pelo projeto; ao Cemic, que destinou a produção aos pais, alunos e funcionários do Centro de Educação; e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), que deu as máscaras aos profissionais de saúde contratados para o projeto de extensão de prevenção ao coronavírus.

Ensina-me a viver

A ONG Ensina-me a Viver entregou os kits com máscaras e álcool em gel a caminhoneiros que passavam pela rodovia PR-323, na altura do posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Foram cerca de 150 máscaras doadas aos motoristas.

Conforme a presidente da ONG, Iraci de Sarges, a sociedade tem colaborado muito com a entidade e, por isso, elas desenvolveram essa ideia. A entidade trabalha há quatro anos com pacientes oncológicos e sabe o que é vivenciar o isolamento social. “Nós apoiamos pessoas com câncer e todos nós que atuam na ONG já o enfrentamos (a doença). Por isso, sabemos muito bem o que é passar pelo isolamento”, contou a presidente durante a entrega das máscaras que ocorreu no mês de abril.

Amigos de patas

Durante a pandemia, a equipe da ONG Amigos de Patas produziu e vendeu máscaras de proteção para arrecadar dinheiro e pagar os alimentos dos animais cuidados pela entidade, funcionários, despesas com a sede da ONG e dívidas.

Com o passar do tempo, as vendas das máscaras reduziu e outras formas de arrecadação foram sendo criadas, como rifas e pedidos de ajuda. O trabalho da entidade foi praticamente todo interrompido devido ao coronavírus e segue precisando do apoio da população.

Além disso, durante o período de pandemia o registro de pedidos de socorro a animais de estimação de famílias carentes cresceu.

Conforme a presidente da ONG, Luzanira Mendes, as famílias pedem ajuda por não terem condições de cuidar dos animais. E, mesmo em uma situação difícil, a ONG busca uma forma de ajudar.

Fundhospar

Carnês, venda de pizza, Cofrinho Solidário, doação de alimentos. O Setor de Ação Social da Fundação Hospitalar do Paraná (Fundhospar), antiga Santa Casa, realiza diversas ações com o objetivo de arrecadar dinheiro e alimentos para a casa de saúde. “Tem várias formas de ajudar, nós do setor de Ações Sociais, sempre estamos arrecadando alimentos e dinheiro. Nos mercados temos caixas para doação, também nas portas do hospital”, disse a supervisora do setor, Emily Mendes.

Uma das ações implantadas pela casa de saúde foi o Cofrinho Solidário, pequenos recipientes para guardar moedas e trocados que estão em 30 estabelecimentos pela cidade. São 100 cofrinhos espalhados em lojas, mercados, farmácias.

Outra opção para colaboração é o carnê que foi implantado há cerca de três meses. É um boleto que pode ser anual ou semestral. “Se a pessoa quiser doar R$10 por mês para ajudar o hospital, está ótimo! R$20, R$30, não importa”, reforçou a supervisora do setor.

Rotary

A ajuda à Fundhospar foi essencial no período e veio de diversos lugares. Por meio de uma ação conjunta, os quatro Rotary Clubs do município (Cianorte, Furquim de Castro, Cinturão Verde e Servir) doaram equipamentos à casa de saúde: 10 camas elétricas, 50 óculos de proteção,  mil aventais, mil toucas, 2 mil máscaras e 2 mil propés, sendo que parte dos EPIs foi repassada ao Instituto Bom Jesus (Hospital São Paulo).

Além disso, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do campus de Jandaia do Sul, em parceria com os Rotary Clubs da cidade realizou a doação de 550 litros de álcool 70 para a Prefeitura.

A universidade começou a produzir álcool para a comunidade academia e de Jandaia do Sul. Com o ingresso do projeto em uma iniciativa do Ministério da Educação  a produção aumentou e a universidade já contabilizou mais de 50 mil litros produzidos. E, com a parceria do Rotary, foram beneficiadas mais de 250 entidades, como prefeituras, órgãos de assistência social e saúde e igrejas, além de famílias carentes.

Provopar

Mesmo sem a Campanha do Agasalho neste ano, o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) realizou uma arrecadação de cobertores e edredons com alguns parceiros – Banco do Brasil, Cianorte Trail Club (CTC), Tiro de Guerra e Prefeitura de Cianorte.

22 entidades receberam as doações, dentre elas a Casa da Sopa, Cemic São José, Grupo da Terceira idade, creches municipais e a Associação Beneficente Davi Muller.

Apesar das doações serem concentradas nos parceiros da Campanha, o público ainda pôde colaborar entregando as doações aos parceiros e também doando dinheiro por meio de depósito bancário.

Rainha da Paz

Durante o período de pandemia, a Associação Rainha da Paz também precisou e contou com o apoio da população na doação de alimentos e arrecadação para colaborar com quem precisa. A Associação sempre ajudou crianças e famílias em necessidade, e durante a pandemia não foi diferente.

Uma das ações feitas pela Rainha da Paz foi a feijoada beneficente. Todo o dinheiro arrecadado foi direcionado a manutenção da entidade, que devido à pandemia deixou de fazer diversas ações. “Como não tivemos promoções esse ano, e a entidade depende disso, temos que dar continuidade, por isso a feijoada beneficente”, explicou o coordenador Gabriel Estevo Faria. 

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