Estropiados?
André Naves (*)
Ao comentar a cerimônia de posse do Presidente Lula, a colunista Anna Marina, do jornal Estado de Minas, se referiu a pessoas com deficiência como estropiados. Esse é o exemplo cabal dos malefícios que a falta de uma educação inclusiva acarreta. Estropiados são todas as vítimas das estruturas sociais marginalizantes e excludentes de nossa sociedade. São os historicamente alijados das políticas públicas, ignorados por governos e sujeitos a toda a sorte de preconceitos.
Como se aniquilam os preconceitos? Por meio da Educação! Mas a Educação não é qualquer ato de escolarização desvinculado da realidade social existente. Pelo contrário. A Educação, para ser efetiva, deve ser coordenada com o Esporte, com a Cultura, com a Ciência e com a Proteção Social.
A Educação que elimina preconceitos é a Educação Inclusiva! Ao eliminar preconceitos, já que permite a convivência entre os diversos, cada indivíduo com suas potencialidades, capacidades, experiências e práticas, ela enriquece a experiência pedagógica de todos.
A Educação Inclusiva beneficia toda a sociedade! Aqueles ainda preconceituosos são os aprisionados nas trevas da ignorância chafurdando no lamaçal do reacionarismo. Somente as Luzes das Experiências Inclusivas podem libertá-los de tais masmorras.
Os sinais foram dados, os discursos feitos e os retrocessos não serão admitidos! Cabe à toda sociedade civil avançar em sua Cidadania Ativa, com a crítica, a fiscalização, e a participação, auxiliando na construção de estruturas sociais sustentáveis, inclusivas e Justas!
*André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante.