Mega-Sena da Virada deve pagar R$ 350 milhões: apostar ou não apostar?
Reinaldo Domingos
No dia 31 de dezembro de 2021 a partir das 20 horas se saberá o nome do ganhador (ou ganhadores) da Mega-Sena da Virada que receberá cerca de R$ 350 milhões, uma quantia astronômica. Esse é um dos maiores prêmios da história dessa aposta e sendo a última oportunidade do se ficar milionário ainda neste ano. Em função disto, as lotéricas estarão lotadas até essa data. Muita gente aposta não só dinheiro, mas também a esperança em ganhar essa quantia e resolver, de uma vez por todas, a vida financeira.
O valor é tão grande que poderá garantir uma vida muito boa por várias gerações se o felizardo tiver educação financeira. Para se ter ideia, em uma aplicação básica, com rentabilidade de 0,5% ao mês, a rentabilidade desse valor chegará a R$ 1,75 milhões por mês. Ou seja, se tem para gastar mais que R$ 58 mil por dia.
Mesmo assim, para o felizardo ganhador, recomendo que esse valor seja poupado, pois já vi vários casos de pessoas que perderam milhões, pois não respeitaram o dinheiro que ganharam, distribuindo dinheiro descontroladamente e gastando sem controle. Lembro sempre que, quem poupa, pode ajudar muito mais pessoas por muito mais tempo.
Sobre onde aplicar o valor, sugiro sempre a variação de investimentos, não apostando em apenas uma linha. Lembrando que por mais que a alegria seja grande, é preciso seriedade na hora tratar com o dinheiro, por isso é bom buscar por auxílio de especialistas de sua confiança. Também reforço que se deve tomar muito cuidado com palpites e novos amigos que possam aparecer para, como se diz popularmente, tirar uma casquinha.
Cautela na hora de apostar
Embora a situação seja de euforia, é preciso cautela. Fazer “uma fézinha”, destinando pequenos valores para esta finalidade, faz parte da brincadeira e é divertido.
No entanto, há pessoas que se tornam “viciadas” em apostar, o que, ao invés de ajudar, atrapalha – e muito – as finanças pessoais. Já outras vendo o valor milionário, direcionam grandes quantias a esse objetivo, acreditem, já observei pessoas apostando muito mais do que R$ 1 mil em apenas um dia. Depois, se não ganhar, fica difícil pagar essa conta.
O grande erro é achar que a única forma de se tornar independente financeiramente é por meio da sorte. Chegar a uma fase da vida em que não precisa mais trabalhar por necessidade, apenas por prazer, é um mérito de quem busca se educar financeiramente, planejando-se para alcançar esse objetivo.
Em uma aposta da Mega-Sena, a chance de acertar todos os seis números é de uma em 50.063.860, segundo os dados oficiais da Caixa Econômica Federal. Por outro lado, apostando na educação financeira, para se tornar sustentável financeiramente depende só de você.
Na educação financeira, a pessoa aprende a ter sonhos materiais que serão realizados e entre estes sempre deverá estar o da independência financeira. Na Metodologia DSOP, dividimos os sonhos em: curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazo (mais de dez anos). Se tornar sustentável financeiramente deve ser um objetivo de longo prazo, porém, para atingir, o início deve ser imediato.
Para isso, o caminho deve ser o contrário do que normalmente fazem: ao receber seus rendimentos, a pessoa já deve, imediatamente, separar uma parte para os seus sonhos. Com isso, não haverá risco de cair nas tentações do consumo e não sobrar dinheiro para poupar.
Também é fundamental que se saiba exatamente os valores desses sonhos, descobrindo, assim, o quanto deverá guardar mensalmente para cada um. O tipo de aplicação que deverá feito para realização dos sonhos também dependerá do tempo que pretende realizá-los. Para uma aposentadoria sustentável financeiramente, é preferível aplicações de longo prazo, como uma previdência privada ou título do tesouro direto.
Enfim, o problema não é apostar, mas não ter consciência desses atos e apostar o seu futuro nisso. Se quiser realmente ter chances de ter o dinheiro para sua segurança financeira o caminho é ter sonhos e buscar educar-se financeiramente.
Reinaldo Domingos é PhD, educador e terapeuta financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e do Grupo DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro .