Mobilidade elétrica é alternativa para melhorar o transporte público
*Por Rodrigo Petroni
Desde que foi descoberta no século VI a.C pelo filósofo grego Tales de Mileto, a eletricidade mudou os rumos da humanidade e hoje é fundamental para o funcionamento da sociedade, implementação de novas tecnologias no mundo e, claro, para a mobilidade. Veículos movidos a eletricidade foram inventados há muito tempo, e já se provaram eficientes, em 1900 cerca de 38% da frota de carros dos Estados Unidos era elétrica, segundo a enciclopédia Britannica.
Apesar da produção de carros elétricos ter diminuído por algumas décadas, algumas empresas de automobilismo voltaram a apostar nesta tecnologia, o maior exemplo é a Tesla, empresa de um dos homens mais ricos e poderosos do mundo, Elon Musk. No Brasil, os carros elétricos também se tornaram mais populares e acessíveis, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), houve um aumento de 257% nas vendas de carros elétricos no país em 2021.
A progressão de vendas dos carros elétricos mostra que a população está mais adepta a este tipo de tecnologia, que deveria ser melhor aproveitada para também aperfeiçoar o transporte público. Em São Paulo, cidade de maior população do Brasil, apenas 1,3% dos ônibus são elétricos, e mesmo com uma pequena frota, é possível perceber as melhoras que estes veículos trazem para a população paulistana.
A implementação de ônibus elétricos impacta positivamente em questões ambientais, pois não há distribuição de fumaça ou gás na atmosfera, diminuindo a poluição e tornando a cidade mais sustentável. Outra grande vantagem é que os veículos movidos a eletricidade também não emitem sons, reduzindo o barulho das grandes metrópoles.
O aumento dos preços dos combustíveis também evidencia mais uma vantagem de investir em mobilidade elétrica, mesmo que uma bateria para ônibus tenha um custo alto, possui duração média de cinco anos e pode ser reciclada após o uso. Além disso, motores elétricos têm eficiência de 90% contra cerca de 30% dos motores a combustão, aponta o Greenpeace.
Ainda de acordo com o Greenpeace, no relatório em parceria com o Instituto de Saúde e Sustentabilidade, a entidade indica que se todos os ônibus da cidade de São Paulo fossem elétricos desde 2020, cerca de 13 mil mortes precoces seriam evitadas até 2050. Felizmente o Brasil está mais engajado na implementação de ônibus elétricos, e outras cidades além de São Paulo serão beneficiadas pela mobilidade elétrica em breve. A Higer Bus, empresa parceira da capital paulista na efetivação de ônibus elétricos, possui um plano de expansão do projeto em nível nacional.
Apostando em mobilidade elétrica, em alguns anos veremos a melhora na qualidade de vida, no meio ambiente e na forma como enfrentamos o transporte público. Ainda estamos em passos curtos, mas o futuro é bastante promissor.
*Rodrigo von Uslar Petroni é CEO e cofundador da UPM2, startup paulista que desenvolve tecnologias disruptivas para smart cities