Natal 2022 deve movimentar R$ 4,25 bilhões no Paraná

Bem Paraná

Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Natal de 2022 deverá movimentar R$ 65,01 bilhões em vendas. No Paraná, a estimativa é de R$ 4,25 bilhões, ficando atrás apenas de São Paulo (R$ 22,19 bi), Minas Gerais (R$ 5,59 bi), Rio de Janeiro (R$ 5,56) e Rio Grande do Sul (R$ 5,15 bi).

Uma vez confirmada essa expectativa, o setor experimentaria o primeiro aumento real de vendas (+1,2% no faturamento, descontada a inflação) após dois anos de perdas na sua principal data comemorativa sem, no entanto, igualar o volume de vendas de 2019 (R$ 67,55 bilhões).

Os últimos Natais com pandemia causaram um verdadeiro estrago. Em 2020, sob efeito das restrições para evitar a proliferação do vírus, as vendas cairam quase 3% em relação a 2019. Na semana que antecedeu o Natal de 2020, o fluxo de consumidores nas lojas estava 28% abaixo do normal para essa época do ano. No ano seguinte, com a chegada da variante ômicron, nova queda, desta vez de 2,1%.

Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a perspectiva positiva para este ano decorre da normalização do fluxo de consumidores alcançada na virada do primeiro para o segundo semestre de 2022.

“Contribuem ainda a evolução favorável do nível de ocupação no mercado de trabalho e a desaceleração da inflação”, aponta Tadros. A inflação deve encerrar o ano abaixo de 6,5%, 3,5 pontos percentuais menor que o verificado no acumulado de 12 meses, em dezembro do ano passado.

Por outro lado, o presidente da CNC indica que o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda média com dívidas devem frear a expansão das vendas neste ano.

Natal de hiper e supermercados
O ramo de hiper e supermercados deverá ser o de maior movimentação financeira no Natal deste ano, respondendo por 38,6% (R$ 25,12 bilhões) do volume total. Em seguida, estão as lojas de roupas, calçados e acessórios (33,9% do total ou R$ 22 bilhões) e os estabelecimentos especializados em artigos de uso pessoal e doméstico (12,6% ou R$ 8,19 bilhões).

Conforme o economista da CNC responsável pela apuração, Fabio Bentes, o destaque se justifica pela relevância do comércio de alimentos no âmbito do faturamento anual do varejo brasileiro – e por ser, historicamente, o principal responsável pela geração de receitas do setor.

Vagas temporárias sobem 1,8%
A expectativa da CNC é que sejam criadas 98,8 mil vagas temporárias para o Natal de 2022 – contingente 1,8% maior do que as contratações para a mesma data no ano passado e 48% acima dos empregos criados no atípico Natal de 2020. A projeção anterior da Confederação apontava a geração de 109,6 mil vagas temporárias de fim de ano no varejo.

Mais de 40 mil postos – 43% do total – são abertos por hiper e supermercados. As lojas de roupas, calçados e acessórios devem ser responsáveis por 22 mil vagas, o que representa 23% do total, e os locais especializados na venda de artigos de uso pessoal e doméstico criarão cerca de 13 mil – 14% da oferta. A maior parte das vagas será oferecida em São Paulo (26 mil), Minas Gerais (11 mil), Paraná (8 mil) e Rio de Janeiro (7 mil).

“A manutenção dos juros básicos da economia em patamar elevado por mais tempo tenderá a desfavorecer a aceleração das vendas no início de 2023; isso deve reduzir o dinamismo do mercado de trabalho no setor”, analisa o economista Fabio Bentes. Nesse sentido, a taxa de efetivação de temporários, anteriormente prevista em 11,3%, deve acompanhar essa tendência e passar a 9,1% no universo de temporários.