Preço da gasolina aumenta 32% e do etanol 41% de janeiro a agosto

Da Redação

Em seu nono aumento só em 2021, o preço do combustível disparou nas bombas de todo o país, tornando cada vez mais difícil para o consumidor encaixar o gasto com transporte no orçamento mensal. No acumulado de 2021, o preço da gasolina já subiu 32%, em Cianorte. O combustível que era comercializado por R$ 4,69, em janeiro, hoje é encontrado por até R$ 6,18, uma diferença de R$ 1,49  em apenas oito meses.

Para se ter uma ideia dos sucessivos aumentos do preço da gasolina, somente o último reajuste anunciado pela Petrobrás no dia 11 de agosto, foi de 3,3%. A média do reajuste no acumulado do ano no Paraná é ainda maior, com 51% de alta em 2021, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Se o aumento do preço da gasolina em 2021 causa impacto no bolso do trabalhador, o reajuste acumulado do etanol também provoca o seu estrago na renda média do cidadão cianortense que precisa abastecer seu carro. Mesmo não sendo estimulado pela Petrobras, já que o etanol é produzido pelas usinas de cana-de-açúcar privadas, do início do ano até agora, o aumento do combustível vegetal foi de 41%, ou seja, R$1,37 mais caro nas bombas. Em janeiro, o etanol era encontrado por R$ 3,38 no começo do ano, e agora, é comercializado por até R$ 4,75.

O diesel comum está 27 % mais caro, em Cianorte. Na média estadual o reajuste acumulado é de aproximadamente 40%. Nos postos de combustíveis da cidade é possível encontrar o litro do diesel comum, por até R$ 4,63, comercializado por até R$ 3,69 em janeiro.

Os combustíveis estão com preços altos devido a dois fatores principais: aumentos nas refinarias da Petrobrás, e também nas usinas produtoras de etanol. Quando o preço do etanol sobe, há reflexo no preço de outros combustíveis, isso ocorre porque a gasolina comum vendida no Brasil deve levar 27% de adição de etanol, por questões ambientais exigidas por legislação federal. Assim que alterados, os aumentos são repassados pelas distribuidoras e aos postos de gasolina, com grande agilidade.

PREÇOS

Segundo o levantamento da TRIBUNA, feito em 15 dos 30 postos de combustíveis de Cianorte, a gasolina mais barata é vendida no Posto Delta Flex, na Avenida Coruja, Zona 8, com preço médio de R$ 5,78. O preço mais alto é no Posto Café, a R$ 6,18, no centro da cidade.

A maior alta do etanol também foi registrada no Posto Café, comercializado a R$ 4,75, e a menor, no Posto Nacional, na Avenida Paraíba, Zona 3, onde o combustível foi encontrado nas bombas por R$ 4,47 o litro.

Dentre os postos pesquisados, o menor valor do diesel comum está na rede de postos Ciapetro, por R$ 4,24 o litro. O mais caro foi encontrado no Posto Café, a R$ 4,61.

LUCRO

Segundo a ANP, 13,56% do valor do litro de gasolina vendida são destinados aos impostos federais, como Programas de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).

As usinas recebem 16,99 %, e 26,99% são destinados aos impostos estaduais, como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). As refinarias da Petrobrás recebem 35,68%.

Do restante, 6,86%, é destinado aos postos e distribuidoras. Valor que pode ser alterado dependendo de cada comerciante. Dessa porcentagem ainda é retirado o valor destinado às despesas e o lucro dessas empresas.

Para Alexandre Gerald, proprietário do Posto Café, foi preciso recalcular despesas e lucros em cada novo aumento anunciado.

“Não estamos marcando a margem que usávamos antes, devido ao grande número de aumentos repassados pelo governo semanalmente. Estamos diminuindo o lucro, para evitar repassar o aumento ao cliente. Mas preciso colocar no papel a qualidade do produto e os gastos da empresa, para fechar a conta”, explica o empresário.

Segundo a assessoria de imprensa da Paranapetro, que é o sindicato que representa a revenda de combustíveis e as lojas de conveniência do Paraná,  o aumento de preços inibe às vendas e a economia como um todo. Com a pandemia, todo o mercado teve uma redução muito grande nas vendas, e isso se agrava com os preços altos.

“No período de pandemia houve queda nas vendas, mesmo que pouca. Famílias pararam de viajar, os pais já não gastavam combustíveis ao levar os filhos nas escolas. Agora com o avanço da vacina, e com a movimentação aumentando, mesmo com o valor alto, as vendas começam a normalizar”, conta Gerald.