Brasil perde para a Croácia nos pênaltis e dá adeus à Copa do Mundo

Lycio Vellozo Ribas/Bem Paraná

O Brasil está fora da Copa do Mundo de 2022. Nesta sexta-feira (9), o time do técnico Tite empatou com a Croácia em 1 a 1, na prorrogação, após empate sem gols no tempo normal. A partida era válida pelas quartas de final da competição e foi disputada foi no estado Cidade da Educação, em Al Rayyan. Nos pênaltis, os croatas levaram a melhor e venceram por 4 a 2.

O gol brasileiro foi de Neymar, aos 16 minutos do primeiro tempo da prorrogação. Na jogada, ele tabelou com Rodrygo e Paquetá, entrou na área em velocidade, driblou o goleiro e marcou. Com esse gol, Neymar se igualou a Pelé como maior artilheiro da história da seleção brasileira nas contas da Fifa, com 77 gols. Já a Croácia empatou com Petkovic, faltando quatro minutos para a prorrogação acabar.

Em Copas do Mundo, a única vez que o Brasil venceu uma prorrogação foi em 1938, contra a Polônia. O jogo terminou 6 a 5 a favor dos brasileiros, após empate em 4 a 4 no tempo normal. Em todas as outras, o jogo continuou empatado após o tempo extra e foi para os pênaltis – a seleção perdeu para a França em 1986, mas derrotou Itália (final de 1994), Holanda (semifinal de 1998) e Chile (quartas de final de 2014). Foi a segunda derrota do Brasil nos pênaltis na história das Copas.

A Croácia, por sua vez, criou “fama” de gostar de prorrogação. Em 2018, venceu três prorrogações seguidas para chegar à final, na qual foi derrotada pela França por 4 a 2, no tempo normal. Neste ano, havia passado pelo Japão nos pênaltis, nas oitavas de final, após empate de 1 a 1 no tempo normal e nos 30 minutos extras. Além disso, os croatas chegaram a quatro decisões por pênaltis na história e ganharam todas.

TABU

Desde o título de 2002, a seleção nunca mais havia derrotado um europeu em mata-mata de Copa do Mundo. Caiu diante da França (quartas de final de 2006), Holanda (quartas de final de 2010), Alemanha (semifinal de 2014) e Bélgica (quartas de final de 2018).

HISTÓRICO

Brasil e Croácia haviam se enfrentado duas vezes em Copas até então. Os brasileiros venceram as duas: 1 a 0 em 2006 (gol de Kaká) e 3 a 1 em 2014 (dois gols de Neymar e um de Oscar; Marcel, contra, fez para a Croácia).

CALENDÁRIO

A semifinal, contra Argentina ou Holanda, será na próxima terça-feira (13), às 16 horas.

ESCALAÇÃO

A única dúvida do técnico Tite era a possibilidade do lateral esquerdo Alex Sandro retornar. Mas ele ficou na reserva. Assim, Danilo, lateral-direito de origem, foi novamente improvisado na esquerda. E o zagueiro Militão ficou como lateral-direito. Essa formação já havia sido usada diante da Coreia do Sul, nas oitavas de final.

Já a Croácia fez uma troca: Pasalic entrou como ponta-direita e Kramaric – que tinha atuando nessa posição – ficou como centroavante.

PRIMEIRO TEMPO

O Brasil deu o primeiro chute a gol – Vinicius Junior, aos 5 minutos, defendido pelo goleiro – mas a Croácia equilibrou o jogo. A seleção de Tite teve dificuldade para conter as jogadas pelas laterais do adversário e sofreu com a marcação sob pressão no meio de campo. Foram raras as vezes que os brasileiros criaram jogadas com toque de bola ou que os atacantes Raphinha e Vinicius júnior tiveram espaço para tentar jogadas individuais. Richarlison mal pegou na bola. O resultado foi um jogo amarrado e com poucas oportunidades. O goleiro croata ainda chegou a fazer algumas defesas, mas Alisson não precisou fazer nenhuma.

SEGUNDO TEMPO

Aos 3 minutos, uma polêmica: a bola foi lançada para Vinicius Jr e, antes de chegar a ele, tocou no braço de Juranovic dentro da área. O árbitro não deu nada, e o VAR apontou que Vinicius Jr estava em impedimento na jogada. Enquanto o Brasil estava em ritmo lento, os croatas equilibraram a posse de bola no meio-de-campo e até trocavam mais passes.

Aos 10, Tite trocou Raphinha por Antony como extremo pela direita. Aos 19, Vinicius Jr deu lugar a Rodrygo. Com essa troca, o Brasil ganhou volume de jogo e criou duas chances de gol, mas Neymar desperdiçou ambas, na cara do goleiro. Aos 39 minutos, Tite trocou Richarlison por Pedro como centroavante. O Brasil pressionou até o fim, mas não chegou a gol.

PRORROGAÇÃO

No tempo extra, o Brasil mostrou melhor preparo físico e tentou tomar a iniciativa. Dominou o meio-de-campo, mas finalizou pouco. A Croácia se preocupou mais em se defender e fez muitas faltas. N último minuto do primeiro tempo, Neymar tabelou com dois gols jogadores, recebeu na área, driblou o goleiro e marcou 1 a 0.

No intervalo, Alex Sandro entrou na lateral-esquerda. Danilo voltou para o lado direito e Militão, cansado, deixou o time. Além disso, Fred substituiu Lucas Paquetá. Com a vantagem no placar, o Brasil se segurou na defesa e tentou explorar contra-ataques. Mas, aos 11 minutos, a Croácia empatou, com Petkovic, no primeiro chute no alvo da equipe.

ESTATÍSTICAS

Ao fim do jogo, o Brasil somou 21 finalizações (11 certas), 49% de posse de bola, 89% de passes certos e 7 escanteios. A Croácia obteve 9 finalizações (1 certa), 51% de posse de bola, 89% de passes certos e 3 escanteios. Os números são do site Sofascore.

CROÁCIA 1 X 1 BRASIL

CROÁCIA: Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa (Budimir); Brozovic (Orsic), Modric e Kovacic (Majer); Pasalic (Vlasic), Kramaric (Petkovic) e Perisic. Técnico: Zlatko Dalic.
BRASIL: Alisson; Militão (Alex Sandro), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo; Casemiro e Lucas Paquetá (Fred); Raphinha (Antony), Neymar e Vinícius Júnior (Rodrygo); Richarlison (Pedro). Técnico: Tite.
GOLS: Neymar (16-1º da prorrogação), Petkovic (11-2º da prorrogação)
PÊNALTIS: Croácia 4 (Vlasic, Majer, Modric e Orsic) x Brasil 2 (Casemiro e Pedro; Rodrygo e Marquinhos perderam)
CARTÕES AMARELOS: Danilo, Brozovic, Casemiro, Marquinhos, Petkovic
ÁRBITRO: Michael Oliver (Inglaterra)
LOCAL: Education City Stadium, em Al Rayyan, sexta-feira