Em cinco anos, Banco Central recolhe mais de R$ 9 milhões em dinheiro falso no Paraná

O Banco Central do Brasil recolheu mais de R$ 9 milhões em dinheiro falso no Paraná ao longo dos últimos cinco anos. Segundo dados do Departamento do Meio Circulante, compilados pelo Bem Paraná, entre 2018 e 2022 foram identificadas e retidas 133.822 cédulas falsificadas circulando pelo estado, sendo as notas de R$ 50 e de R$ 100 as mais comuns de serem encontradas em versões falsas (embora nos últimos anos a nota de R$ 200 também tenha começado a ganhar força entre os falsificadores).

 Entre todas as unidades da federação, o Paraná é o quarto estado que mais reteve cédulas falsas em todo o país no período analisado. No Brasil, 2.088.801 notas falsas, de valores que vão de R$ 1 a R$ 200, foram recolhidas nos últimos cinco anos. São Paulo é a unidade federativa que registra a maior circulação de dinheiro falso (com 784.751 cédulas retidas), seguido por Minas Gerais (225.808) e Rio de Janeiro (183.678). O Paraná aparece em seguida (com 133.822), logo a frente de Rio Grande do Sul (122.475) e de Santa Catarina (102.793).

As notas mais comuns de serem encontradas em versões falsas são a de R$ 100 (com 59.976 cédulas apreendidas entre 2018 e 2022), as de R$ 50 (40.059) e as de R$ 20 (17.016). Nos últimos anos, contudo, a nota de R$ 200 também passou a ganhar falsificações. Criada em 2020, no primeiro ano de pandemia, para evitar eventual desabastecimento de papel-moeda entre a população, a cédula havia ‘ganhado’ apenas 24 falsificações no primeiro ano de circulação. Em 2021, contudo, já foram 1.106 notas falsas apreendidas e, no ano passado, 1.574.

Curioso notar, ainda, que as notas de R$ 200 se tornaram mais comuns entre as cédulas falsas apreendidas mesmo com uma queda expressiva na circulação (ou na identificação) de dinheiro falso no estado.

Em 2021, por exemplo, um total de 30.452 notas falsas de dinheiro foram tiradas de circulação no estado, o equivalente a R$ 2.127.627. Já no ano passado, foram apreendidas apenas 12.299 cédulas, o que aponta para uma queda de 59,6% na comparação com 2021. O valor do dinheiro falso apreendido no ano passado era de R$ 1.131.219,00.

Como identificar se uma nota é falsa ou não
Conforme o BC, diariamente o Departamento do Meio Circulante recebe cédulas para análise da legitimidade. Infelizmente, em sua maioria são falsas. Para você não correr o risco de ser prejudicado, é sempre importante ficar de olho nos principais elementos de segurança.
O primeiro passo é sentir o papel: as notas de real da Segunda Família são impressas em papel fiduciário, que tem uma textura mais firme e áspera do que o papel comum. Além disso, verifique a Marca-d’Água, o número escondido, a Faixa Holográfica (nas notas de R$ 50 e R$ 100) e o Número que Muda de Cor (nas notas de R$ 10 e R$ 10). Já nas notas da Primeira Família, verifique a Marca-d’Água, a Imagem Latente, o Registro Coincidente e também o relevo.

Todas essas características distintivas podem ser conferidas em detalhe no site do Banco Central (www.bcb.gov.br/cedulasemoedas).
Outro detalhe que pode ajudar é que as notas da Segunda Família do Real têm tamanhos diferenciados. As de R$ 2, por exemplo, possuam 6,5 cm de altura e 12,1 cm de comprimento. As de R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100 possuem a mesma altura, mas um comprimento maior de acordo com o seu valor: 12,8 cm; 13,5 cm; 14,2 cm; 14,9 cm; e 15,6 cm, respectivamente.

O que fazer após receber uma falsificação?
A primeira recomendação do Banco Central é que o cidadão não aceite notas ou moedas metálicas suspeitas de falsificação, pois trata-se de produtos de ação criminosa.

Há casos, porém, em que uma pessoa recebe dinheiro falso ao efetuar um saque diretamente em caixas eletrônicos (inclusive os 24 horas) ou ao receber o pagamento da aposentadoria ou do auxílio Bolsa Família. Caso isso aconteça, o cidadão deve procurar o banco onde efetuou o saque, o qual é obrigado a trocar o dinheiro suspeito de falsificação imediatamente.

Já se o cidadão recebe sem perceber dinheiro suspeito de falsificação em outras circunstâncias, como no comércio, deve procurar qualquer agência bancária e entregar a cédula ou moeda metálica. O banco anotará seus dados (nome, endereço, documento de identificação, CPF ou CNPJ no caso de ser empresa) e enviará a cédula ou moeda metálica para análise do Banco Central. Se ficar comprovado que a cédula é legítima, o cidadão será ressarcido pelo banco. Caso fique comprovado que a cédula é falsa, não haverá reembolso.

Histórico da apreensão de dinheiro falso no Paraná
2022

Número de cédulas recolhidas: 12.299
Valor total das cédulas: R$ 1.131.219,00
2021
Número de cédulas recolhidas: 30.452
Valor total das cédulas: R$ 2.127.687,00
2020
Número de cédulas recolhidas: 21.228
Valor total das cédulas: R$ 1.411.296,00
2019
Número de cédulas recolhidas: 31.796
Valor total das cédulas: R$ 1.963.700,00
2018
Número de cédulas recolhidas: 38.047
Valor total das cédulas: R$ 2.366.367,00
Total
Número de cédulas recolhidas: 133.822
Valor total das cédulas: R$ 9.000.269,00
Total de cédulas apreendidas, segundo o valor da nota
R$ 200: 2.704
R$ 100: 59.976

R$ 50: 40.059
R$ 20: 17.016
R$ 10: 9.987
R$ 5: 3.523
R$ 2: 557
Fonte: Departamento do Meio Circulante do Banco Central do Brasil