Pesquisa identifica onde estão os ricos do Brasil; veja as localidades que se destacam no Paraná

Rodolfo Luis Kowalski/Bem Paraná 

A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que imaginado. Essa é a principal conclusão do estudo “Mapa da Riqueza no Brasil”, divulgado nesta sexta-feira (17 de fevereiro) pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o qual identificou que o índice de Gini chegou a 0,7068 em 2020, bem acima dos 0,6013 calculados pelo IBGE através da pesquisa domiciliar (Pnad Contínua). Cada 0,03 pontos equivale a uma grande mudança da desigualdade e, para o cálculo do Gini, quanto mais perto de 1 está o índice, maior é a desigualdade.

Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é. Mesmo com o Auxílio Emergencial, ao contrário do que se acreditava, a desigualdade brasileira não caiu durante a pandemia. Pela abordagem usual (da Pnad Contínua), o Gini teria caído de 0,6117 para 0,6013. Já na combinação de bases, o Gini sobe de 0,7066 para 0,7068. Isso acontece pois as perdas dos mais ricos (dos 1%+ foi -1,5%) foram menos da metade das da classe média tupiniquim (-4,2%), a grande perdedora da pandemia.

Além de mensurar a desigualdade, outra importante pergunta que a pesquisa tenta responder é: afinal, onde estão os mais ricos do Brasil?

Para chegar a uma resposta, o estudo analisou os dados do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) gerados pela Receita Federal do Brasil (RFB), o que permitiu a captação da renda dos mais ricos brasileiros (e paranaenses), uma vez que podemos pensar os critérios para declaração do imposto de renda como uma linha de riqueza que permite identificar os residentes no país com maior poder de compra.

No Paraná, por exemplo, apenas 18,05% da população havia feito a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 2020, ano de referência da análise. Isso indica que a maioria dos paranaenses tinha renda inferior a R$ 2.000 – não à toa, a renda média de toda a população era de R$ 1.559, a sexta maior do país (ainda que a menor da Região Sul), 19% acima da média nacional (de R$ 1.310).

Já quando analisada apenas a renda média dos declarantes do IRPF (os 18,05% com maior renda entre toda a população paranaense, portanto), o montante sobe para R$ 8.639, a quarta maior renda média dos declarantes entre todas as unidades da federação,.

Essa disparidade é evidenciada, ainda, pelo levantamento sobre patrimônio líquido médio das pessoas. Na população paranaense como um todo, a riqueza média é de R$ 63.098, enquanto entre os declarantes do IRPF esse valor sobe para R$ 349.662.

E onde estão os ricos do Paraná?

Entre os municípios paranaenses, aqueles com maior proporção de declarantes do IRPF na população eram Curitiba (30,41%), Maringá (24,24%), Pato Branco (23,06%), Quatro Pontes (22,11%) e Londrina (22,10%). Na outra ponta, as cidades de Guamiranga (3,9%), Diamente do Sul (4,12%), Goioxim (4,3%), Tunas do Paraná (4,3%) e Pinhal de São Bento (4,49%) tinham a menor proporção de pessoas que recebiam, pelo menos, R$ 2 mil por mês.

Já quando analisada a renda média dos declarantes, descobre-se que as cidades com mais renda do IRPF por habitante são:

  1. Douradina (R$ 25.036,84)
  2. Palmas (R$ 18.430,16)
  3. São Sebastião da Amoreira (R$ 18.141,85)
  4. 4.Joaquim Távora (R$ 13.886,01)
  5. Primeiro de Maio (R$ 13.504,32)

Curitiba, por sua vez, aparece na sexta posição no ranking estadual e na 39ª posição no ranking nacional, com os declarantes tendo renda média de R$ 11.271,00.

Já as cidades com as menores rendas médias dos declarantes do IRPF são:

  1. Doutor Ulysses (R$ 3.760,13)
  2. Coronel Domingos Soares (R$ 3.836,32)
  3. Itaperuçu (R$ 3.948,54)
  4. Laranjal (R$ 4.015.38)
  5. Foz do Jordão (R$ 4.205,79)

Riqueza

Os municípios com as maiores declarações de patrimônio por habitante no Paraná são:

  1. Moreira Sales (R$ 2.160.069,24)
  2. Santana do Itararé (R$ 1.227.778,10)
  3. Douradina (R$ 1.044.957,39)
  4. Almirante Tamandaré (R$ 738.232,57)
  5. São José da Boa Vista (R$ 697.865,95)

No outro extremo, estão os municípios de:

  1. Guaraqueçaba (R$ 43.317,58)
  2. Itaperuçu (R$ 49.062,12)
  3. Tunas do Paraná (R$ 65.407,37)
  4. Antonina (R$ 69.713,06)
  5. Fazenda Rio Grande (R$ 71.149,87)

A pesquisa

O estudo da FGV Social está disponível na íntegra na internet, contando ainda com mapas e rankings interativos para serem utilizados pelos jornalistas, pesquisadores e curiosos de plantão. Para conferir todos os detalhes da pesquisa, CLIQUE AQUI