Caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam PR-323 e trechos de todo o país

Da Redação com Assessorias

Ao menos 20 trechos de rodovias do Paraná foram interditados. Os protestos acontecem em todo o país por conta da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, até o final da tarde desta segunda-feira, 31, havia trechos de interdições em Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Maringá e Terra Boa. Os bloqueios nas rodovias estaduais e federais começaram ainda na noite de domingo, 30. Em Maringá, manifestantes queimaram pneus e papelões. A PRF afirmou que atua em todos os pontos “negociando a liberação com os manifestantes”.

Em todo o País, segundo boletim das 12h30, eram 100 bloqueios em 14 estados e no Distrito Federal. A PRF atua em todos os pontos para liberar o tráfego e também informou que vai acionar a Justiça para conseguir a liberação das vias.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) divulgou nesta segunda-feira, 31, uma nota de repúdio por protestos de caminhoneiros bolsonaristas contra o resultado eleitoral.

A entidade avalia a ação como um ato antidemocrático e diz que os manifestantes não representam a categoria. “Nós precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva”, afirmou o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

O sindicato também afirma que, independente de quem estiver no governo, continua a lutar pelos direitos da classe. Para Dahmer, a luta dos caminhoneiros não é política, mas econômica. “Os 800 mil caminhoneiros autônomos e celetistas da nossa base continuarão a luta. Isso é permanente”, disse.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou nesta segunda-feira, 31, que acionou unidades regionais da Advocacia-Geral da União (AGU) para garantir o fluxo de estradas brasileiras ocupadas por bloqueios de caminhoneiros contrários à vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em nota, a AGU informou que ajuizará as ações, mas que “a Polícia pode atuar sem demandar autorização”. Ao Estadão, a AGU afirmou que “recebeu, por enquanto, pedido de atuação por meio das unidades da Procuradoria da União em Rondônia Goiás e no Pará”. O órgão informou que vai “tomar as medidas cabíveis por meio de suas unidades regionais”.

“É importante destacar que existem pareceres jurídicos da instituição que autorizam atuação de ofício das Polícias, sem demandar autorização judicial, como ocorreu em 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros”, registrou a AGU.