Aumentam os casos de infecções por HIV em Cianorte

Da Redação

Após três anos de queda, Cianorte apresentou um aumento considerável na incidência do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês), em 2022. Foram 46 diagnósticos, 11 a mais que o ano passado, o que representa um aumento de 31,46%. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde. O aumento pode estar associado a falta de procura por testes durante o período de pandemia.

Esse ano foram realizados 5.853 testes rápidos. Das 46 notificações de HIV em 2022, mais de 60% dos diagnósticos são em pacientes homens, sendo 17 mulheres e 29 homens positivados.
A faixa etária entre 20 e 39 anos de idade concentra o maior número de casos notificados.

A principal forma de transmissão segue sendo através de relações sexuais sem proteção. Em 2022, não tivemos casos de HIV congênito. Aliás, o último caso de HIV congênito em Cianorte foi há mais de 20 anos. Cerca de 80% dos casos de HIV são diagnosticados sem que o paciente esteja com sintomas da doença. Isso se dá pelo aumento de números de testes rápidos realizados no Município e ao acompanhamento pré-natal e puerperal de qualidade.

O dia 1° de dezembro é comemorado o Dia Mundial da Luta contra a Aids. Neste mês, a Secretaria Municipal de Saúde oferece uma escala de atendimento para testes rápidos em horário estendido. A realização de testes rápidos é disponibilizada durante o ano todo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que contam também com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).

A orientação e o aconselhamento, tanto pré, quanto pós- resultado é realizado por profissionais capacitados para o atendimento na área, sendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos. Quando detectado o vírus do HIV, seja por teste rápido ou exame laboratorial, o paciente é encaminhando para fazer avaliação médica e exames, que podem ser realizadas no Centro de Testagem e Aconselhamento e/ou no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro Noroeste do Paraná (Ciscenop). Após os resultados, como os de CD4 e CD8, a médica infectologista pondera o melhor tratamento, prescreve a medicação específica e estabelece o acompanhamento.

HIV OU AIDS?

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um agente infeccioso que pode entrar no corpo humano por meio do sexo vaginal, oral e anal sem camisinha; por meio do uso de seringas e outros objetos cortantes ou perfurantes contaminados; pela transfusão de sangue contaminado; e da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, o parto e a amamentação, se não for realizado o tratamento preventivo. Quando se instala no corpo humano, esse vírus tem um tempo prolongado de incubação, que pode durar vários anos, e sua atividade ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo. Se essa infecção não for detectada e controlada a tempo com o uso de antirretrovirais, o HIV pode enfraquecer as defesas do corpo humano a ponto de causar a Síndrome da Imunodeficiência Humana (aids). Portanto, a sigla HIV se refere ao vírus, e a sigla Aids, à doença causada pelo agravamento da infecção pelo HIV.

O uso de preservativos masculinos e femininos e gel lubrificante estão entre as principais ações preventivas contra o HIV. Também já estão disponíveis a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que consiste no uso de antirretrovirais para prevenir a infecção caso a pessoa venha a ser exposta ao vírus, e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que pode impedir a infecção caso seja administrada até 72 horas após a exposição. Mesmo no caso de haver uso dessas profilaxias, a camisinha continua importante, pois previne também outras infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis e as hepatites virais.

Ao menos 30 dias após uma possível exposição ao HIV, é fundamental fazer um teste para a detecção do vírus, exame que pode ser realizado em unidades da rede pública e nos centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O diagnóstico precoce da infecção e o início rápido do tratamento protegem o sistema imunológico da pessoa infectada, já que esse será o alvo do HIV quando a carga viral aumentar.