Paraná elimina sífilis congênita em 134 localidades
Um terço das cidades paranaenses conseguiram eliminar a sífilis congênita e estão aptos a receber uma certificação pela conquista. O anúncio foi feito pela Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde durante evento que marca do Dia Nacional de Combate à Sífilis, celebrado no terceiro sábado do mês de outubro.
A certificação foi lançada no evento do ano passado como forma de fortalecer a capacidade e qualidade dos serviços de saúde de pré-natal e na maternidade.
“Os gestores municipais responderam a este chamado e já temos 33% dos municípios paranaenses aptos para receberem o selo”, disse o secretário estadual da Saúde Beto Preto. “É uma grande conquista para a Saúde do Estado, com agradecimento especial aos profissionais da Atenção Primária que fazem o primeiro atendimento ao paciente no serviço de Saúde”, acrescentou.
Mas, de acordo com o secretário, o enfrentamento à sífilis deve ser constante e ampliado. “A meta é que a certificação seja atribuída aos 399 municípios do Estado protegendo crianças e gestantes”, afirmou.
Segundo ele, deve-se sempre questionar sobre os números da sífilis. “Em pleno século 21, por que não conseguimos trabalhar com mais força diante de doenças milenares como a sífilis? Esta é uma reflexão que todos nós, gestores e profissionais da saúde, temos que fazer e, junto a isso, recriar e implantar ações que nos levem a diminuição de casos”.
Indicadores
A certificação da Sífilis Congênita no Paraná adota como requisito para os municípios a taxa de incidência de 1,5 caso a cada mil nascidos vivos nos últimos três anos; a proporção menor que 20% das crianças menores de 1 ano com sífilis congênita nos últimos 3 anos e a proporção de 80% das gestantes com tratamento adequado para sífilis nos 2 últimos anos, entre outros.
A sífilis congênita é transmitida pela mãe ao bebê durante a gestação, via placentária.
“O monitoramento da gestante, com testagem e consultas periódicas, é nossa principal medida preventiva, além da orientação à população em geral para o uso da camisinha como forma de proteção às infecções sexualmente transmissíveis; são informações que devemos reforçar diariamente nos serviços do Estado”, disse a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.
“É preciso que os profissionais mantenham conhecimento atualizado dos protocolos de manejo e suspeição clínica da sífilis; testar, tratar e curar são guias para o nosso trabalho diário”, disse a diretora.
Dados
“Em tempos de pandemia da Covid-19 houve redução nas taxas de detecção da sífilis, mas ainda precisamos avaliar se esses números refletem uma queda real ou se acontecem em razão da queda pela busca da população aos serviços de saúde”, explicou Mara Franzoloso, chefe da Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sesa.
Em 2019, a taxa de detecção de sífilis adquirida por 100 mil habitantes no Paraná foi de 92,13%. De sífilis em gestante foi de17,1%; e de sífilis congênita de 5,8%. Neste ano, até o momento, a taxa para sífilis adquirida por 100 mil habitantes é de 20,72%, de sífilis em gestante é de 6,7%; e de sífilis congênita 2,6%.
“Ainda diante da pandemia nossa orientação para as 22 Regionais de Saúde e para as secretarias municipais de saúde é para que promovam campanhas educativas virtuais utilizando as tecnologias disponíveis, com busca ativa de possíveis contaminados”, afirmou a chefe da divisão.
“Lembramos que o Paraná foi o primeiro Estado a descentralizar a oferta de testes rápidos para diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis nos municípios e que hoje distribuímos ainda o autoteste (PrEP) para detecção de HIV para os municípios que manifestarem interesse. No autoteste a pessoa coleta a sua própria amostra, com orientação do serviço de saúde e, a partir do primeiro resultado, busca uma segunda testagem na rede de saúde”, explicou Mara Franzoloso.