Seca e queimadas disparam casos de doenças respiratórias em Cianorte

O agravamento das condições ambientais em Cianorte, marcado pela seca prolongada e queimadas, tem levado a um crescimento expressivo nos casos de doenças respiratórias. De acordo com dados da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), o número de atendimentos relacionados a síndromes respiratórias disparou nos últimos meses, refletindo o impacto das condições climáticas adversas.

Entre os dias 1º e 12 de setembro de 2024, a UPA de Cianorte registrou 1.276 atendimentos por doenças respiratórias, uma média de mais de 100 pacientes por dia. Esse número é alarmante quando comparado com o início do ano. Em janeiro, o total de atendimentos para todo o mês foi de 1.158, pouco abaixo do registrado em apenas 12 dias de setembro. A tendência de crescimento foi constante ao longo do ano, com 1.987 atendimentos em fevereiro e atingindo o pico em junho, com 4.604 atendimentos. Embora os números tenham recuado em agosto para 3.496, os primeiros dias de setembro já indicam que a demanda continua alta.

Os atendimentos não são apenas elevados em 2024, mas mostram um aumento significativo em relação ao ano anterior. Em agosto de 2023, Cianorte registrou 4.176 atendimentos por doenças respiratórias nas UPA e UBSs. Já em agosto de 2024, o número saltou para 6.039, um crescimento de 44,6%. Esse aumento está diretamente ligado à falta de chuvas e à má qualidade do ar causada pelas queimadas, que pioram os sintomas respiratórios, principalmente entre crianças e idosos.

A seca intensa e a fumaça das queimadas são fatores que têm contribuído para a elevação dos casos de doenças respiratórias na cidade. Esses fenômenos agravam as condições do ar, aumentando a incidência de doenças como bronquite, asma e outras síndromes respiratórias. A queda de umidade, combinada com o ar carregado de partículas poluentes, causa irritação das vias respiratórias e intensifica os sintomas em pacientes que já possuem condições pré-existentes.

Se os números de atendimentos mantiverem o ritmo atual, setembro poderá superar os meses anteriores em termos de casos relacionados a síndromes respiratórias. Considerando que apenas em 12 dias já foram registrados 1.276 atendimentos, a tendência é de que esse mês continue exigindo grande atenção das autoridades de saúde, principalmente devido à persistência das condições climáticas desfavoráveis.

Os principais sintomas observados em pacientes com doenças respiratórias incluem tosse, dificuldade para respirar, saturação de oxigênio abaixo de 95% e febre. Esses sintomas, agravados pelas condições de seca e fumaça, têm levado um grande número de pessoas a procurar atendimento médico, tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) quanto na UPA.

No estado do Paraná, o cenário também é preocupante. Nos primeiros oito meses de 2024, 14.746 pessoas foram internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que acomete os pulmões e causa sintomas severos. Apesar desse número ser 20,79% menor que o registrado no mesmo período de 2023, com 18.617 internações, o impacto ainda é significativo, principalmente entre crianças menores de seis anos e idosos.

Recomendações de prevenção

Diante desse aumento de casos e da circulação de vírus respiratórios, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a importância de medidas preventivas. Entre as recomendações estão a vacinação anual contra a influenza, a vacinação contra a Covid-19, e práticas de higiene como lavar as mãos com frequência e cobrir o rosto ao tossir ou espirrar.

Além disso, evitar aglomerações, manter ambientes ventilados e adotar uma alimentação saudável são formas de reduzir o risco de complicações respiratórias. O cuidado é especialmente necessário entre os mais vulneráveis, como crianças pequenas e idosos, que são os mais afetados pelas síndromes respiratórias durante esse período crítico de seca.

A população deve estar atenta às medidas de prevenção para evitar novos picos de atendimentos.