Sesa alerta para risco de surto de dengue; 13ª RS tem 517 notificações

Com o reaparecimento do sorotipo três (DENV-3) da dengue no ano passado e sua circulação no Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça sobre os cuidados para evitar a doença. Antes do início de 2024, a última vez que o DENV-3 tinha sido detectado no território paranaense foi em 2016, por isso o alerta, uma vez que a população se encontra suscetível a este sorotipo do vírus.

Todos os 11 municípios que compõem a área de atendimento da 13ª RS registraram notificações da doença: Cianorte (92); Cidade Gaúcha (365); Guaporema (14); Indianópolis (01); Japurá (02); Jussara (25); Rondon (8); São Manoel do Paraná (02); São Tomé (05); Tapejara (01) e Tuneiras do Oeste (02).

Já os casos confirmados, foram registrados em: Cianorte (03) Cidade Gaúcha (162); Japurá (01); Rondon (01); São Tomé (03); Tapejara (01); e Tuneiras do Oeste (01).

O vírus da dengue possui quatro sorotipos. Eles pertencem à família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Até o momento, são conhecidos quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A infecção por um deles gera imunidade específica para esse sorotipo, mas é possível contrair a doença novamente se a pessoa for picada pelo vetor que estiver contaminado com um sorotipo diferente.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, ressalta que a distinção entre os vírus é importante para o monitoramento epidemiológico e vigilância laboratorial da circulação viral, assim como os exames laboratoriais no diagnóstico.

“É possível contrair dengue mais de uma vez, por um sorotipo diferente, podendo causar um quadro clínico mais grave. No entanto, os cuidados para evitar o agravo devem ser os mesmos já adotados, como a eliminação de qualquer tipo de recipiente que acumule água ou local com água parada nos ambientes domésticos, quintais, terrenos baldios, dentre outros. Essa vigilância contribui para a implementação de medidas preventivas e de controle”, ressaltou.

Desde o dia 28 de julho, início do atual período epidemiológico, até agora foram processadas 6.121 amostras para vigilância laboratorial da circulação viral dos quatro sorotipos. Desse total, 104 amostras foram detectáveis para dengue em pacientes residentes no Paraná. As tipificações do sorotipo foram 37 para DENV- 1, 54 para DENV-2, 13 para DENV-3 e nenhuma para DENV-4.

A série histórica do sorotipo viral de dengue é contabilizada desde o ano de 1995. Até 2018 houve a predominância do sorotipo DENV-1, em 2019 e 2020 do sorotipo DENV-2 e a partir de 2021 voltou a prevalecer o sorotipo DENV-1. Já em 2024 foi observada a reintrodução da circulação de DENV-3.

No período epidemiológico 23/24 foram detectados DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O DENV-1 teve a maior circulação nos municípios, representando mais de 80% das amostras tipificadas pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen). Atualmente, percebe-se a inversão da circulação viral com o predomínio do sorotipo DENV-2.