Aulas presenciais estão suspensas em escolas públicas de Cianorte

Da Redação

As aulas presenciais nas escolas públicas de Cianorte estão suspensas a partir de segunda-feira, 31. A prefeitura de Cianorte, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura emitiu um comunicado na tarde de sexta-feira, 28, em que suspende as aulas presenciais em todas as escolas da rede municipal de ensino. Também no fim da tarde de ontem, o Núcleo Regional de Educação (NRE) também emitiu o mesmo comunicado. A decisão foi tomada após oito escolas suspenderem os atendimentos por suspeitas ou confirmações de casos de Covid-19 entre os profissionais.

Pela rede municipal são15 escolas e13 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) distribuídos em Cianorte e os distritos. Durante o período de suspensão, as aulas e as atividades serão mantidas de forma remotas para todos os alunos. No dia 7 de junho, uma nova avaliação das condições epidemiológicas será realizada e vai definir o retorno ou não dos atendimentos presenciais.

A Secretaria de Educação ressaltou no comunicado que a medida é preventiva, e que não houve surto de casos confirmados em nenhum estabelecimento de ensino.

O primeiro estabelecimento a suspender as aulas foi a CMEI Criança Esperança, no distrito de São Lourenço, onde dois profissionais positivaram antes do retorno das aulas. A Escola Municipal Cecília Sato, suspendeu as aulas no início da semana, assim como as outras sucessivamente.

O Protocolo de Biossegurança, assim como a Resolução da Sesa n° 98/2021 orienta o isolamento dos casos suspeitos e confirmados da Covid-19, bem como aqueles que tiveram contato com pessoas positivadas.

Escolas estaduais 

O Colégio Estadual Dom Bosco, localizado, na Zona 3 de Cianorte, suspendeu as aulas na sexta-feira, 28, após uma agente de limpeza e o marido testarem positivo para o vírus. A programação era para o retorno das aulas na segunda-feira, 31, assim como na Escola Estadual Princesa Isabel que não retornou as aulas junto às outras instituições, pois uma servidora havia positivado para o vírus.

Após o comunicado da prefeitura de Cianorte, o NRE também confirmou a suspensão das aulas através de uma nota.

O documento informa que o NRE leva em conta o atual cenário epidemiológico do município e em consonância com a Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal da Saúde, vai seguir as orientações conforme previsto no Protocolo de Biossegurança.

“Vamos suspender o atendimento presencial dos alunos nesta próxima semana e avaliaremos junto com a saúde a possibilidade de retorno”, citou o chefe do Núcleo Regional de Educação, Emerson Tolentino de Matos.

A rede estadual de ensino retornou às aulas uma semana após a rede municipal, na segunda-feira, 24, com 15 escolas em Cianorte, 74 turmas, entre regular, sala de recurso multifuncional e Programa Mais Aprendizagem.

APP-Sindicato pede a suspensão das aulas

presenciais até a vacinação total da população

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP) em Cianorte recebe as informações de escolas fechadas e casos positivados em forma de denúncias. O Sindicato protocolou documentos junto à Prefeitura de Cianorte e ao Ministério Público (MP), pedindo a suspensão das aulas com retorno somente após a vacinação de toda população. O pedido que havia sido entregue ao MP em Cianorte, também foi levado pela diretoria da APP ao MP em Curitiba na sexta-feira, 28.

Em documento, a APP ressalta que o Paraná possui um alto índice de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI’s) e leitos hospitalares, e que de acordo com os boletins da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), não existe perspectiva de uma data precisa para a aplicação da vacina para, no mínimo 70% da população, para que possa realizar a imunização comunitária.

Além de uma denúncia, o Sindicado entregou uma nota técnica de um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), sob a coordenação do cientista Lucas Ferrante, que foi divulgada no dia 6 de maio pelas redes sociais da APP-Sindicato. O estudo que considera dados epidemiológicos, taxas de vacinação e mobilidade urbana da população, foi realizado em Foz do Iguaçu, Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, União da Vitória e Francisco Beltrão e Paranavaí.

Segundo o estudo, o retorno às aulas presenciais ou híbridas, neste momento em que a pandemia não está sob controle, poderá aumentar o contágio e adoecimento pela Covid-19. Para nenhuma das cidades analisadas o estudo aponta a possibilidade de relaxamento de medidas restritivas.

Em conclusão, os pesquisadores entenderam que algumas atividades, como o retorno das aulas no modelo presencial ou híbrido, tornam-se inviáveis dadas às baixas taxas de vacinação, e que a retomada das aulas presenciais só é relativamente segura com 70% das pessoas imunizadas. Qualquer relaxamento no distanciamento social nesse momento terá impacto após 15 dias na contaminação, na ocupação dos hospitais e no número de mortes.