Casal fica preso por 69 dias após teste apontar que cera automotiva era cocaína, no Paraná

Por RPC

Um casal ficou preso por 69 dias após um teste apontar que cera automotiva era cocaína, em Campo Mourão, na região centro-oeste do Paraná.

A prisão aconteceu no dia 30 de outubro de 2020. À época, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordou o casal que transportava cerca de 900 garrafas com cera automotiva em uma picape.

Como os dois só tinham a nota fiscal eletrônica da mercadoria, os agentes desconfiaram e fizeram um teste no produto com um reagente.

Um boletim de ocorrência feito no dia da prisão mostrou que o reagente apontou de forma preliminar que o produto se tratava de cocaína.

O casal ficou preso na Cadeia Pública de Campo Mourão. Os dois foram soltos no dia 7 de janeiro após a realização de um teste laboratório que comprovou que a mercadoria não era cocaína.

A advogada do casal, Viviane Schon, disse que vai entrar uma ação por danos materiais e morais. A defesa afirmou que os dois são de Francisco Beltrão, na região sudoeste, e trabalham com vendas de cera líquida automotiva. “Todos os pedidos cabíveis para tentar a liberdade do casal nós fizemos. Veja o tamanho do abalo psicológico que eles sofreram. Além disso, o veículo deles continua apreendido”, disse.

O que diz a PRF

A PRF informou que testes do tipo são feitos pela polícia de todo o mundo e que, quando o resultado é positivo, os indivíduos são apresentados à Polícia Civil ou Federal, que investigará o caso.

Ainda segundo a PRF, a manutenção da prisão do casal se deu por decisão da Justiça. Leia a nota na íntegra abaixo.

“A PRF informa que testes químicos realizados em substâncias suspeitas de conter drogas ilícitas são amplamente utilizados por polícias em todo o mundo, inclusive pela Polícia Rodoviária Federal, para identificar, de forma preliminar, possíveis indícios de conduta criminosa em fiscalizações de campo.

Nos casos em que o teste apresenta resultado positivo para substância ilícita, a PRF apresenta os indivíduos e substâncias suspeitas à autoridade policial (delegado de Polícia Civil ou Polícia Federal), que procede à investigação do fato. A identificação definitiva da substância é realizada pela perícia, no transcorrer da investigação.

Por fim, frisamos que a manutenção de indivíduos suspeitos presos é uma decisão do Judiciário, analisando as informações apresentadas pela polícia judiciária e Ministério Público.”