Casos de Covid no Paraná em 2022 já são o dobro dos vistos no 2º semestre de 2021
Por Bem Paraná
Com a confirmação de mais 16.402 novos casos e 52 óbitos pela Covid-19 no Informe Epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Paraná alcançou uma expressiva e preocupante marca. É que em 2022, num período de 47 dias, o número de diagnósticos da doença pandêmica no estado já é mais que o dobro do total de casos registrados ao longo de todo o segundo semestre de 2021.
Desde o dia 1º de janeiro até 16 de fevereiro o Paraná registrou um total de 629.830 contaminações pelo novo coronavírus, o que fez o total de casos de Covid-19 no estado saltar de 1.591.847 no último dia do ano passado para 2.221.677 até ontem – um aumento de 39,6% no total de registros do SARS-CoV-2 no estado em menos de dois meses.
Para se ter mais uma noção do que esse número de casos da doença no ano representa, ao longo de todo o segundo semestre do ano passado haviam sido divulgados 313.796 diagnósticos. Ou seja, em 47 dias de 2022 o número de diagnósticos no estado mais que dobrou em relação ao último semestre de 2021, superando em 100,7% os registros entre julho e dezembro de 2021.
Já no primeiro semestre de 2021, quando o Paraná enfrentou o momento mais crítico da crise sanitária, a Sesa divulgou um total de 864.639 casos da doença pandêmica. Um número expressivo, mas que não deve demorar para ser superado no primeiro semestre de 2022, ainda mais considerando que em fevereiro tem sido registrada uma média de 16.121 diagnósticos diários.
Número de óbitos não acompanha explosão de contaminações
Um dado interessante — e que evidencia a importância da vacina contra a Covid-19 para o enfrentamento da —andemia – é que o pico de casos confirmados não tem sido acompanhado por uma explosão nas mortes causadas pela doença, pelo menos não como ocorreram em outras ‘ondas’ da doença.
Desde o início do ano, 985 paranaenses perderam a vida por conta de complicações causadas devido à infecção pelo novo coronavírus, com a taxa de letalidade da doença em 0,16%. No segundo semestre do ano passado, por outro lado, houve 10.126 óbitos, com a doença apresentando uma taxa de letalidade de 3,22%; e no primeiro semestre foram outras 22.627 mortes, com uma letalidade de 2,62%.
Variante ômicron vira responsável por novo pico da doença no Estado
A variante ômicron do vírus SARS-CoV-2 (B.1.1.529) foi detectada na África do Sul e considerada uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 26/11/2021. Desde então, se espalhou pelo mundo: em meados de janeiro, já era a cepa predominante no planeta, tendo provocado um aumento no número de casos de Covid-19 por onde passou. No Brasil, ela causou um recrudescimento na pandemia, interrompendo um movimento de queda no número de casos e mortes causadas pelo SARS-CoV-2, afirma o Instituto Butantan.
Em janeiro, por exemplo, a cepa foi identificada em 84% dos casos de Covid-19 registrados no Paraná e que tiveram seus genomas sequenciados por laboratórios que fazem parte da Vigilância Genômica do SARS-CoV-2 no Brasil.
Com mais de 30 mutações na proteína Spike, que tem o papel de levar o vírus do SARS-CoV-2 para dentro do organismo humano, a ômicron é muito mais transmissível que outras variantes do coronavírus. Algumas dessas mutações estão associadas ao potencial de escape imune humoral e maior transmissibilidade. Além disso, ela infecta mais rapidamente os tecidos do trato respiratório superior em vez dos pulmões, o que também contribui para que se dissemine com mais facilidade. Como em muitos casos a ômicron causa doença leve, isso pode resultar em uma menor taxa de detecção e, portanto, contribuir ainda mais para a transmissão.
Paraná tem a quarta maior cobertura vacinal do país
Segundo informações da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Paraná apresentavam até ontem a quarta maior cobertura vacinal do país, com cerca de 8,8 milhões de paranaenses já tendo tomado as duas doses ou a dose única do imunizante contra a Covid-19. Isso significa que 75,9% da população paranaense já completou o ciclo vacinal e agora aguarda (ou até já tomou) a dose de reforço. Apenas Roraima (92,7%), São Paulo (82,9%) e Piauí (80,7%) possuem uma cobertura vacinal maior que a paranaense.
Com relação à incidência de casos, o Paraná aparece na sétima colocação entre todas as unidades federativas, com 19.017 casos da doença por 100 mil habitantes. Os estados com maior incidência no País são Espírito Santo (24.046), Roraima (22.966), Distrito Federal (21.471) e Santa Catarina (21.200).
Por fim, com relação à mortalidade, o Paraná tem a quinta maior taxa do país, com 358,9 mortes por 100 mil habitantes. O estado fica atrás apenas de Mato Grosso (408,9), Rio de janeiro (406,2), Rondônia (384,8) e Distrito Federal (365,3).