“Cenário de Guerra”, descreve bombeiro que trabalhou nas buscas em Petrópolis- RJ  

Da Redação

Após o fim das buscas, os 18 bombeiros do Paraná retornaram de Petrópolis (RJ). Entre eles, o cabo Rafael dos Santos Souza Vaz, pertencente ao 8º Subgrupamento de Corpo de Bombeiros Independente (8°SGBI) de Cianorte, acompanhado do cão Malinois Oss, da raça Pastor-belga.

Segundo ele, o cenário encontrado na cidade alagada pelas chuvas era de destruição. “Era um cenário de guerra e um sentimento de perda de vidas. Além de todas as vítimas, ainda havia muito riscos para o nosso trabalho”, conta.

Vaz pertencia à segunda equipe de rendição, formada por 10 militares e quatro cães farejadores. O trabalho foi iniciado no dia 26 de fevereiro, fazendo a cobertura ao efetivo que chegou à cidade uma semana antes, em 19 de fevereiro, quatro dias após a tragédia. O envio aconteceu sob orientação do governador Ratinho Junior.

Os trabalhos eram divididos em três turnos e as equipes ficavam disponíveis 24 horas para o auxílio nas operações. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro comandou e organizou as buscas, mas houve um trabalho integrado com os efetivos de outros estados. Como a área era muito extensa, as equipes trabalhavam simultaneamente, aproveitando as especialidades de cada grupo.

O bombeiro cianortense, assim como outros integrantes que participaram da missão, tem experiência na busca e resgate em deslizamentos. Parte do efetivo já tinha participado, em 2019, das buscas em Brumadinho (MG), após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão.

“Em Brumadinho, o cenário foi bastante diferente. Houve uma nivelação do terrenão por conta da lama. No Rio de Janeiro, manteve o declínio, o que não gerava segurança no solo, já que em lugares que pareciam planos poderia haver anteparos ou estacas enterradas”, explica o cabo.

TRAGÉDIA 

As chuvas fortes que atingiram Petrópolis em 15 de fevereiro resultaram em alagamentos na cidade da região Serrana do Rio de Janeiro e em deslizamentos no Morro da Oficina. Até o momento, a prefeitura do município confirmou a morte de 233 pessoas, mas as equipes ainda tentam localizar quatro vítimas desaparecidas. Bombeiros de diversos estados auxiliaram as equipes fluminenses.