Novo Ensino Médio terá aulas específicas para alunos pensarem nos seus projetos de vida
Agência Estadual
A Secretaria estadual da Educação e do Esporte vai implementar em 2022 o projeto Novo Ensino Médio, no qual o estudante terá de escolher um itinerário formativo de acordo com seus interesses e aptidões. Para fazer essa escolha de maneira consciente, ele contará com um componente curricular chamado Projeto de Vida, que vai ajudá-lo a identificar suas habilidades e preferências, além de prepará-lo para alcançar seus objetivos acadêmicos e profissionais.
Durante as aulas do Projeto de Vida o estudante vai desenvolver habilidades e receber apoio para pensar sobre seus sonhos e objetivos. Dessa maneira, ele estará mais preparado para optar por um itinerário formativo, que pode abranger uma ou mais das quatro áreas do conhecimento (Matemática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas e Sociais; e Linguagens) ou uma formação técnica ou profissional.
De acordo com o projeto, o professor atuará como um mediador entre os estudantes e suas expectativas, auxiliando na construção das dimensões profissional, cidadã e pessoal de cada um. Essa orientação acontecerá, por exemplo, por meio de reflexões e atividades sobre o mundo do trabalho e as possibilidades de atuação profissional, incluindo conversas sobre carreira, emprego, renda, empreendedorismo e inovação.
Haverá, ainda, atividades que abrangem o desenvolvimento de aspectos físicos, cognitivos e emocionais dos estudantes, incluindo a construção da sua identidade pessoal a partir do reconhecimento de suas características e seus interesses. Também serão trabalhados conceitos de cidadania, com orientações relativas aos comportamentos sociais e aos valores éticos necessários à vida em comunidade.
ATIVIDADES PRÁTICAS
O Projeto de Vida contará com diversas atividades práticas no cotidiano escolar, como observação participante e pesquisas para identificar problemas locais e suas soluções, elaboração de planejamentos para executar propósitos de vida, seminários de profissões, rodas de conversa, feiras de conhecimento, escuta ativa dos jovens por intermédio de grupos de diálogos, depoimentos e compartilhamento de experiências, entre outras atividades.
professor do componente Projeto de Vida deverá ser alguém que atue como mediador, que incentive o estudante a buscar o autoconhecimento e a assumir um papel protagonista no planejamento do seu futuro. Portanto, o perfil é o fator mais importante na hora de escolher o docente que conduzirá as atividades, independentemente da sua área de formação.
Todos os professores desse componente curricular passarão por uma formação oferecida pela Secretaria da Educação antes de iniciar o ano letivo.
O Paraná conta com 24 escolas-piloto, 10 delas com oferta de Ensino Médio em tempo integral, que já oferecem Projeto de Vida em 2020. Ana Paula Tomazini é professora em uma delas, o Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis, no município de Santa Mariana. Ela conta que começou a trabalhar com o componente Projeto de Vida no início deste ano e que já desenvolveu com seus estudantes conceitos de identidade e autoconhecimento.
“A escolha da profissão tem que partir dos alunos que, acima de tudo, precisam ser felizes. Só é um bom profissional quem gosta do que faz. É aí que entra o Projeto de Vida, criando esse elo entre o interesse de cada aluno e o que ele quer para o seu futuro”, diz Ana Paula, que também leciona Matemática e Ciências.
Leonardo Pedro Barbieri, de 15 anos, é aluno de Ana Paula e diz que o Projeto de Vida é um desafio, pois o instiga a refletir sobre temas em que não havia pensado antes, como quais são os seus sonhos e valores. “É difícil, mas acho importante começar a pensar nessas coisas”, afirma o estudante, que está no 1º ano do Ensino Médio.
“Começamos a observar mais coisas que nem sabíamos sobre nós mesmos. As aulas ajudam muito a se conhecer e a conhecer o outro, pensar no que queremos para nossa vida”, diz Brenda Maria Ferreira Destro.
A estudante de 17 anos, que está no 3º ano do Ensino Médio, conta que as aulas a auxiliam em situações fora da escola. “A gente ganha uma noção maior dos nossos objetivos fora do ramo escolar. Pensamos se estamos sendo impulsionados por questões sociais, se realmente sabemos o que almejamos. É muito legal”.