Paraná prepara plano de retomada do setor turístico

O Paraná prepara um plano de retomada do setor turístico. O projeto leva em conta experiências postas em prática por outros países que já passaram pelo auge da pandemia do novo coronavírus e que estão, aos poucos, retomando as atividades até então suspensas.

De acordo com a diretora Tcnica da Paraná Turismo, Isabella Tioqueta, o órgão fez três pesquisas para embasar o plano de ação. Foram ouvidos turistas, empresários do setor e municípios que fazem parte do mapa do turismo brasileiro.

“As pesquisas nos permitiram saber a realidade vivida pelo setor e as expectativas. Conseguimos concluir, por exemplo, que o primeiro tipo de turismo que será retomado é o de curta distância. E é com base nesta informação que a primeira fase do projeto de retomada está baseado”, explica Isabella.

Para isso, a Paraná Turismo trabalhará na divulgação dos atrativos turísticos do Estado, sempre num raio de 200 quilômetros. As 14 Instâncias de Governança Regionais (IGRs), pontos focais do turismo no Estado, estão em contato direto com os municípios e o empresariado de cada região para fazer o levantamento de todos os produtos existentes – atrativos, serviços, comércio e tudo que exerça atração.

“Com este mapeamento, poderemos trabalhar com ações focadas, para atingir o público próximo e fomentar o turismo regional. Nosso intuito é convencer o paranaense a conhecer todas as belezas do Paraná”, afirma Isabella.

A Paraná Turismo está trabalhando também com protocolos de segurança para serem colocados em prática tanto nos pontos turísticos como em toda a cadeia que os cerca – estabelecimentos comerciais, hotéis, restaurantes.

Pesquisa

A pesquisa ouviu órgãos oficiais de municípios das 14 regiões turísticas do Paraná. O levantamento  mostrou que em mais da metade das regiões a atividade tem grande importância na vida econômica das cidades (55%). Outras 43% classificaram a atividade turística como importante.

A pesquisa quis saber, ainda, sobre a situação dos atrativos turísticos neste período. Dos que responderam, 34,7% informam que os atrativos turísticos públicos estão totalmente fechados e 19,5% parcialmente fechados. Já entre os atrativos privados, 27% estão funcionando parcialmente e 18% estão completamente fechados.

Para conseguirem sobreviver neste período, os equipamentos turísticos – bares, restaurantes, meios de hospedagem, transportadoras, agências, guias – aumentaram a divulgação de seus serviços nas redes sociais (44,5%).

Impactos econômicos

A pesquisa procurou também medir o impacto econômico da pandemia nas atividades do setor. 50,6% dos pesquisados afirmaram que as restrições impostas pelo surto do coronavírus impactará até 75% da receita em 2020. Para 2021, o setor mostra-se um pouco mais otimista e 50% dos pesquisados diz que os impactos devem variar entre 20 e 50%.

Metade dos entrevistados acredita que o turismo será uma importante ferramenta para ajudar a economia local. Para auxiliar nisso, os municípios informaram que pretendem apoiar os atores que atuam no turismo municipal divulgando e ampliando as ações do município na internet.

As prefeituras mostraram-se ainda dispostas a promover campanhas de sensibilização no município e no entorno, além de ampliar a oferta de ações culturais e esportivas para atrair turistas quando a pandemia já estiver controlada.

Retomada e oportunidades

Os pesquisados foram estimulados a sugerir ações para a retomada das atividades do setor. Foram listadas ações como capacitação das pessoas que trabalham no ramo sobre os protocolos da prevenção e controle da Covid-19.

Foi sugerida, também, a criação de um selo municipal que sinalize o respeito aos protocolos de combate à Covid-19 pelos locais e equipamento turísticos, além do fortalecimento de medidas sanitárias para a preparação da volta segura e gradativa das atividades turísticas.

A pesquisa mostrou, ainda, que os municípios querem usar a crise como uma oportunidade de reavaliar e reestruturar a organização do turismo no Estado, aproveitando as adversidades vividas para fortalecer o uso de inovações tecnológicas.