Vacinação de crianças ainda não tem data para começar
Por Bem Paraná
A inclusão de crianças de 5 a 11 anos na bula da vacina da Pfizer contra a covid-19 foi liberada ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o Ministério da Saúde ainda não deu prazo para começar a imunização dessa faixa etária. O tema enfrenta a resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas tem apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de outros especialistas.
O Brasil ainda não tem em solo nacional as chamadas doses pediátricas da vacina da Pfizer. O início da aplicação está condicionado à chegada das doses adaptadas, o que pode fazer com que esse público comece a ser imunizado só em 2022. Segundo a Pfizer, o acordo assinado com o Ministério da Saúde em novembro “inclui a possibilidade de fornecimento de versões modificadas do imunizante para variantes (como a Ômicron), que poderão ser eventualmente desenvolvidas caso necessário, e versões para diferentes faixas etárias”. O fornecimento depende da solicitação pelo governo.
Nesta quinta-feira, 16, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, começou seu discurso de análise lembrando das ameaças que os integrantes da agência sofreram de pessoas contrárias à vacinação de crianças, no fim de outubro. Ele reforçou que as decisões do órgão são técnicas e “o governo federal é soberano (para incorporar ou não o imunizante).”
O presidente Jair Bolsonaro disse que vai conversar com a primeira-dama Michelle sobre a possibilidade de vacinar Laura, de 11 anos, filha do casal. E criticou a decisão da agência. “Anvisa diz que os pais sejam (sic) orientados a procurar médico se a criança apresentar dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a vacina”, observou em sua live. “Você decida se compensa ou não.”
Aplicação
Devem ser administradas duas doses, com intervalo de 21 dias, cada uma com 10 microgramas, para pessoas nessa faixa etária, conforme orientação da Anvisa. Os técnicos destacaram que a recomendação é baseada nas informações existentes até o momento e podem mudar conforme novos dados sejam apresentados. Por exemplo, ainda não está claro se será necessária dose de reforço nem em quanto tempo. Assim como a Anvisa, o presidente da SBIm Renato Kfouri considera benefícios maiores que riscos. “Só a covid mata mais do que todas as doenças do calendário vacinal infantil somadas.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.